O governo da Caxemira administrada pelo Paquistão determinou o fechamento de 445 madraças, impactando diretamente cerca de 26 mil alunos, em uma ação que começou em 1º de maio de 2025. A decisão, anunciada em 30 de abril, foi oficialmente justificada por preocupações relacionadas ao calor extremo, mas informações de segurança indicam que temores referentes a ataques militares da Índia foram a verdadeira motivação.
Hafiz Nazir Ahmad, diretor de Assuntos Religiosos, expressou a gravidade da situação ao afirmar:
"Estamos enfrentando dois tipos de calor: o climático e o de Modi".
O fechamento das instituições de ensino religioso ocorre em um contexto de crescente tensão na região, exacerbada por um ataque terrorista em Pahalgam, que resultou na morte de 26 turistas no dia 26 de abril. A Índia rapidamente acusou grupos militantes baseados no Paquistão pelo ataque, enquanto Islamabad nega qualquer envolvimento. Em retaliação, o governo indiano tomou medidas drásticas, suspendendo o Tratado das Águas do Indo e encarregando a expulsão de paquistaneses que não possuíam vistos válidos.
A relação entre os países, que já é volátil, enfrenta um novo ápice de tensão, especialmente à medida que ambos mantêm arsenais nucleares. A Índia possui cerca de 164 ogivas, enquanto o Paquistão mantém 170. O secretário de Defesa dos EUA expressou sua preocupação com a possibilidade de uma escalada da situação. Por outro lado, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, concedeu autorização às forças armadas para decidirem o momento e o método de resposta a qualquer provocação.
As reações subsequentes a estas tensões variam. O Paquistão prometeu uma resposta assertiva e decisiva a ações militares indianas, enquanto a Índia reforçou suas patrulhas na Linha de Controle (LoC), onde nos últimos dias ocorreram 17 violações de cessar-fogo por parte de forças paquistanesas. A comunidade internacional condenou os ataques a civis, mas não se manifestou sobre uma possível mediação nas tensões crescentes.
O fechamento das madraças reflete um cenário tenso, exacerbado por ações indianos que incluíram bloqueios aéreos contra companhias paquistanesas e operação antiterror no noroeste do Paquistão, um ambiente que já resultou em confrontos fatais. Analistas temem que esta situação possa repetir a crise de 2019, quando ataques aéreos indianos em Balakot quase culminaram em uma guerra em larga escala.
As perspectivas futuras encorajam um aumento da retórica nacionalista em ambos os lados, especialmente com as eleições regionais se aproximando. Há receios de que a Índia categorize as madraças paquistanesas como centros de treinamento militante, potencializando o cenário para novos ataques e alimentando ainda mais a instabilidade na região.