Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) expressaram sua insatisfação com os frequentes adiamentos do julgamento de recursos relacionados a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Aroldo Cedraz, relator do caso, adiou pela sexta vez a análise, que se arrasta há quase um ano, gerando frustrações entre os membros do tribunal.
As fraudes em questão envolvem descontos não autorizados em benefícios previdenciários, que são alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal. O recurso que está em análise critica a obrigatoriedade do INSS em seguir as recomendações do TCU, que visam impedir novos descontos ilegais.
Na última quarta-feira, 30 de abril, Cedraz retirou novamente o tema da pauta, após já ter adiados cinco vezes desde junho de 2024. Este novo adiamento frustrante vem em meio a um diálogo crítico entre os ministros sobre a eficácia das ações de fiscalização do TCU.
Em uma manifestação clara de descontentamento, Bruno Dantas, um dos ministros, destacou a falta de monitoramento das medidas cautelares do tribunal. Ele afirmou que, em maio de 2025, a instituição ainda não sabe se as providências foram parcialmente ou totalmente cumpridas. Semelhantemente, Walton Alencar enfatizou que os recursos em questão não possuem efeito suspensivo, mas que o processo não retorna para a análise técnica, aumentando a preocupação em relação à agilidade necessária nas decisões.
Aroldo Cedraz defendeu suas ações citando *"dúvidas sobre o voto"* como razão para os adiamentos e se comprometeu em analisar os recursos na semana seguinte. Seu gabinete, por sua vez, classificou as reportagens sobre o assunto como *"fake news"*, apontando que o TCU emitiu determinações em 2024 para impedir descontos não autorizados.
Recentemente, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal iniciaram uma operação contra um esquema de descontos fraudulentos, tornando a urgência do tema ainda mais evidente. Em 2024, o TCU determinou que qualquer nova forma de desconto deveria ser acompanhada por assinatura eletrônica avançada ou utilização de biometria para validação.
Em 2023, uma auditoria do TCU trouxe à tona irregularidades relacionadas a descontos de mensalidades associativas e consignados sem as devidas autorizações. O ministro Cedraz desabafou sobre as críticas, afirmando que o tribunal *"está sendo agredido de forma vil"* por conta do seu ritmo processual. Embora o julgamento dos recursos esteja agendado para a próxima semana, há ceticismo coletivo, uma vez que uma fonte interna do TCU comentou: *"Já perdemos a conta de quantas vezes isso foi adiado"*.