O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (30) o depoimento de 15 testemunhas indicadas pela defesa de Jair Bolsonaro (PL) no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os nomes aprovados estão figuras chave como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-ministro Eduardo Pazuello. A decisão permite que militares, ex-auxiliares e parlamentares aliados do ex-presidente prestem seus depoimentos no julgamento que apura cinco crimes, incluindo a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A relação de testemunhas é composta por figuras centrais do governo Bolsonaro. Os principais nomes incluem:
Adicionalmente, a defesa inclui nomes como Rogério Marinho (ex-ministro do Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (ex-titular do Turismo), além do advogado Amauri Feres Saad, indicado pela PF como mentor intelectual da minuta golpista.
Na mesma decisão, o ministro Moraes determinou que a equipe jurídica de Bolsonaro tenha acesso integral ao material probatório coletado pelo Ministério Público. Essa medida atende a um pedido da defesa, que apontou a necessidade de "paridade de armas" no processo.
O ex-presidente enfrenta acusações relacionadas a cinco crimes, que incluem:
A decisão ocorre em um contexto de tensões entre o STF e setores bolsonaristas. A inclusão de militares da ativa na lista de testemunhas, como o coronel Wagner Oliveira, reforça o argumento de defesa que relaciona as ações de 2022 a "procedimentos de segurança institucional".
Especialistas ouvidos por veículos de comunicação destacam que a autorização de testemunhas não precede o julgamento de mérito da ação, mas demonstra a adesão de Moraes aos ritos processuais estabelecidos. O julgamento em si deverá ser realizado somente após a oitiva de todas as partes, mas ainda não tem uma data definida.
A defesa de Bolsonaro agora precisa apresentar as testemunhas em ordem cronológica, enquanto a acusação, liderada pelo procurador-geral da República, terá o direito de realizar o contra-interrogatório. O caso também envolve reuniões que aconteceram no Palácio da Alvorada, onde se discutia a elaboração de um "decreto golpista" para interditar as urnas eletrônicas.
(Nota editorial: Sugestões de material gráfico sobre testemunhas e trechos das atas investigadas não foram incluídas por restrições técnicas.)
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