Maria Augusta de Oliveira Borges, filha do Visconde de Guaratinguetá, é uma figura enigmática da aristocracia brasileira do século XIX. Sua vida trágica, marcada por um casamento forçado, fuga à Europa, e uma morte misteriosa, serviu de inspiração para uma das mais populares lendas urbanas do Brasil: a Loira do Banheiro.
Maria Augusta foi forçada a se casar com Dutra Rodrigues aos 14 anos, um homem significativamente mais velho. O casamento, destinado a fortalecer alianças entre oligarquias, foi um reflexo das pressões sociais e políticas que dominaram a época. Sua ousadia se manifestou com a fuga para Paris aos 18 anos, em uma missão audaciosa que envolveu o roubo de joias do marido.
A vida de Maria Augusta foi interrompida precocemente. Documentos sugerem que ela morreu na Europa aos 26 anos, mas o retorno de seu corpo ao Brasil em 1880 foi envolto em polêmicas. Durante o transporte, ladrões abriram o caixão com o objetivo de roubar, e o atestado de óbito desapareceu, complicando a confirmação oficial da causa de sua morte.
Após a morte, o corpo embalsamado de Maria Augusta foi colocado em exibição em urna de vidro no palacete da família, o que atraiu a atenção e o fascínio do público. A pressão social levou sua mãe a enterrar a filha apenas uma década depois. O terreno onde o corpo foi enterrado eventualmente abrigou a Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves. Relatos de aparições começaram a surgir na década de 1920, dando início à lenda da Loira do Banheiro.