A Polícia Federal (PF) iniciou a análise forense de 260 equipamentos eletrônicos e centenas de bens de luxo apreendidos durante a operação Sem Desconto, que investiga uma vasta rede de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS. Essa operação, deflagrada em 23 de abril em 13 estados e no Distrito Federal, já resultou na apreensão de R$ 41 milhões em patrimônio suspeito, incluindo carros de luxo como Ferraris, relógios de alto valor e obras de arte.
As investigações revelaram um esquema que envolvia entidades associativas utilizando contratos ilegais com o INSS para fraudulência de descontos em benefícios previdenciários. A operação resultou no cumprimento de 211 mandados de busca, além de seis prisões temporárias, incluindo o afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Um agente da PF foi encontrado em posse de US$ 200 mil em espécie, indicando possíveis infiltrações no esquema criminoso.
A Polícia Federal priorizou a análise de 65 dispositivos eletrônicos essenciais, que incluem 28 notebooks, 16 HDs, 12 pen drives e 200 celulares, a fim de rastrear transações financeiras e identificar a comunicação entre os investigados. As perícias estão ocorrendo simultaneamente nas superintendências estaduais e no DF, mas ainda não há um prazo definido para conclusão.
"A Diretoria Técnico-Científica solicitou celeridade, mas o trabalho é minucioso", afirmaram peritos à CNN.
Os peritos também estão avaliando a autenticidade de joias e obras de arte apreendidas durante a operação. Entre os itens estão relógios de luxo da marca Patek Philippe e Rolex, assim como veículos de alto valor, como uma Ferrari F8 Tributo. A PF investiga a origem dos recursos utilizados na aquisição desses bens, que podem ter sido desviados de aposentados.
Os depoimentos dos investigados só serão realizados após a conclusão das perícias. A Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal estão acompanhando o caso para apontar os responsáveis pelos R$ 41 milhões em desvios. É importante destacar que a operação continua em sigilo para evitar a destruição de provas.
A operação Sem Desconto se destaca como um dos maiores golpes contra o sistema previdenciário brasileiro na última década, e seus desdobramentos podem expor uma teia ainda mais ampla de fraudes.