Fernando Collor de Mello, ex-presidente do Brasil, obteve autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprir sua pena de oito anos e dez meses em regime de prisão domiciliar. A decisão, pautada em questões de saúde, foi considerada urgente devido à idade de Collor, que completou 75 anos, e ao agravamento de suas condições médicas, incluindo doença de Parkinson, transtorno bipolar e apneia do sono grave.
A defesa de Collor enfatizou que suas condições de saúde o tornam inapto para lidar com os desafios de um encarceramento prolongado. Em apoio ao pedido, foram apresentados documentos médicos que detalham o estado de saúde do ex-presidente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou, argumentando a favor da prisão domiciliar com base nas comorbidades e na idade avançada de Collor.
Em cumprimento à sentença, Collor residirá em Maceió, Alagoas, sob monitoramento com tornozeleira eletrônica. Sua liberdade de circulação será restrita, limitando as visitas apenas a seus advogados. Além disso, seus passaportes foram suspensos para impedir qualquer tentativa de deixar o país, em resposta às preocupações quanto à sua fuga.
A escolha do STF em conceder prisão domiciliar a Collor ressoa com decisões anteriores relacionadas a indivíduos idosos que apresentam problemas de saúde significativos. O apoio da PGR, sob a liderança de Paulo Gonet, reforça a abordagem humanitária da justiça, destacando a importância do acesso a cuidados médicos contínuos para pessoas em situações semelhantes.
Essa decisão não apenas impacta a vida de Fernando Collor, mas também reacende discussões sobre a responsabilidade e a ética de figuras políticas frente a crimes de corrupção. O histórico de Collor, marcado por escândalos, começou há décadas, e sua trajetória continua a ser foco de atenção e debate na sociedade brasileira.
À medida que o cenário jurídico evolui, o caso de Collor pode abrir precedentes importantes em relação ao tratamento humanitário de sentenças em função de saúde. A sociedade e a política estarão atentas, pois esse desfecho pode influenciar como outros casos de figuras públicas são tratados no futuro.