Carolina Arruda, de 28 anos, vive uma batalha contra a neuralgia do trigêmeo, uma condição que causa dores intensas e crônicas, reconhecida como "a pior dor do mundo." Para tratar sua condição, Carolina será submetida a um regime de sedação profunda, utilizando cetamina, um anestésico bastante conhecido. A jovem já passou por seis cirurgias sem sucesso, e agora espera que o novo tratamento possibilite que seu cérebro responda aos medicamentos adequadamente.
Na véspera de seu tratamento, Carolina expressou sua ansiedade e expectativa: "Eu não vejo a hora de chegar o dia 13 de agosto. Eu não aguento mais estar no meu corpo. Chega, meu Deus, chega," declarou em um vídeo emocionante compartilhado em suas redes sociais. "Vou ficar cinco dias em sedação profunda, apagada, anestesiada, sem precisar respirar sozinha."
A cetamina foi aprovada no mercado americano pelo FDA em 2019 e consta na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este medicamento é frequentemente utilizado para tratar dores crônicas e também apresenta eficácia em casos de depressão grave, especialmente quando outros tratamentos falharam. Na área da psiquiatria, estudos demonstram que a cetamina pode ser benéfica em pacientes com ideação suicida, além de ser uma ferramenta valiosa para o manejo de dor crônica.
O procedimento de Carolina ocorrerá em ambiente hospitalar, sob cuidadosa supervisão médica. O Dr. Carlos Marcelo de Barros, responsável pelo tratamento, alertou sobre as possíveis reações adversas do medicamento. "A infusão deve ser realizada sob monitoramento em UTI, já que pode causar alterações na pressão, batimentos cardíacos e respiração," explicou. Ele também mencionou que efeitos como tontura, náusea e alucinações podem ocorrer durante o tratamento.
Carolina comentou sobre o processo que enfrentará: "Eu interno quarta-feira, e na quinta, vou fazer cinco cirurgias e mais sedação profunda." Ela demonstrou coragem e determinação, pedindo apoio de seus seguidores enquanto se prepara para o desafio à frente.
A neuralgia do trigêmeo, a condição que aflige Carolina, é caracterizada por dores intensas ao longo do nervo trigêmeo, que controla a sensibilidade da face. Este distúrbio raro afeta cerca de 4,3 indivíduos a cada 100 mil habitantes, e os episódios de dor podem se intensificar em momentos diversos, indo de segundos a minutos, podendo afetar um ou ambos os lados do rosto.
Entre as principais causas da neuralgia do trigêmeo, estão a compressão do nervo por vasos e artérias e problemas de saúde subjacentes, como infecções virais e esclerose múltipla. A condição de Carolina é bilateral, o que significa que ela sente dores em ambos os lados do rosto, tornando sua luta ainda mais complexa.