O governo australiano, reeleito em 3 de maio de 2025, acabou de confirmar que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China se tornará sua prioridade máxima. Sob a liderança do primeiro-ministro Anthony Albanese, o primeiro líder a conquistar um segundo mandato consecutivo em 21 anos, e do tesoureiro Jim Chalmers, a estratégia proposta visa garantir a estabilidade econômica e diplomática da Austrália em um cenário global cheio de incertezas.
A vitória de Albanese, oficializada em 4 de maio, ocorreu após uma campanha focada nos desafios globais que ameaçam a economia australiana, um país considerado chave na dinâmica do Indo-Pacífico. A crescente tensão entre as duas superpotências está provocando incertezas nos mercados globais e nas cadeias de suprimentos, o que exige uma resposta robusta da Austrália.
Uma das principais ações do governo Albanese será a implementação de pacotes de alívio de custos energéticos e cortes de impostos. Segundo o tesoureiro Chalmers, estas medidas são essenciais para mitigar os impactos da guerra comercial. Entre os planos está a construção de 1,2 milhão de residências até 2030, que visa não apenas estimular o setor imobiliário, mas também gerar empregos no país. Além disso, a Austrália pretende alcançar uma redução de 43% nas emissões até 2030, o que impulsionará investimentos nas energias solar e eólica.
Embora a Austrália mantenha uma relação estratégica com os EUA, o governo de Albanese está comprometido em evitar alinhamentos abruptos que possam prejudicar suas relações regionais. Em seu discurso de vitória, ele afirmou que o país "não copia modelos estrangeiros", uma crítica implícita às políticas de Donald Trump e que ressalta a busca por uma postura mais autônoma.
No entanto, a possibilidade de um acordo bilateral entre EUA e China gera preocupações entre analistas, que alertam para o risco de a Austrália e outros aliados regionais serem marginalizados. Essa tensão poderá impactar profundamente a política externa do país e seu papel na arena internacional.
A aposta do governo em energia limpa e a visantem um crescimento sustentado, beneficiando empresas como a NextDC, especializada em infraestrutura de data centers, e a Neoen, focada em energia renovável. Contudo, essa transição enfrenta resistência em áreas rurais, onde há um receio sobre as implicações econômicas.
O setor de minérios, vital para as exportações da Austrália à China, continua vulnerável a sanções comerciais, o que aumenta a complexidade do cenário para os investidores.
A relação da Austrália com a China é vista pelo Instituto Australiano de Política Estratégica (ASPI) como um