Warren Buffett, o icônico CEO da Berkshire Hathaway, anunciou que se afastará do cargo no final de 2025, encerrando uma era de 60 anos à frente do conglomerado. Em um emocionante comunicado durante a reunião anual de acionistas realizada em Omaha, Nebraska, Buffett declarou que "o momento chegou" para dar passagem a uma nova liderança, sem avisar antecipadamente nem mesmo ao conselho administrativo.
A saída de Buffett acontece em um momento em que a Berkshire Hathaway, avaliada em aproximadamente US$ 870 bilhões, se solidificou como um dos maiores conglomerados do mundo. Ele expressou confiança em seu sucessor, Greg Abel, afirmando que "as perspectivas da Berkshire serão melhores sob Greg do que comigo". Mesmo após sua saída, Buffett permanecerá como acionista majoritário da empresa.
Abel, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente, foi pego de surpresa com o anúncio. Com 62 anos, ele é visto como um dos principais arquitetos da expansão do setor energético da Berkshire, tendo liderado aquisições significativas, incluindo a compra da PacifiCorp por US$ 9,4 bilhões. "A filosofia de investimento não mudará", assegurou ele, tentando tranquilizar acionistas sobre a continuidade dos princípios que guiaram a empresa sob a liderança de Buffett.
A transição de liderança ocorre em um contexto de incertezas geopolíticas e tensões comerciais. Durante o evento, Buffett criticou o uso de tarifas como "arma", uma referência a algumas das políticas econômicas mais recentes. O evento, muitas vezes chamado de "Woodstock do Capitalismo", reuniu milhares de investidores e admiradores de Buffett, como Haibo Liu, um deles que até acampou para garantir seu lugar na plateia. "Ele me ajudou muito. Queria agradecer pessoalmente", comentou Liu à CBS News.
Apesar de deixar o cargo de CEO, Buffett continuará participando das decisões estratégicas da Berkshire, detendo 38% das ações. Essa transição é vista por analistas como um desafio significativo para Abel, que terá que gerenciar recursos que incluem US$ 147 bilhões em caixa, responder à pressão por investimentos em tecnologia e manter a sustentabilidade do modelo de seguros da empresa. Essa mudança de liderança pode redefinir não apenas o futuro da Berkshire Hathaway, mas também influenciar o panorama financeiro global.