O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, está liderando uma proposta que pode aumentar o número de deputados federais no Brasil de 513 para 527. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/23, que visa redistribuir as cadeiras na câmara, está gerando discussões acaloradas no Legislativo, especialmente com a votação da urgência marcada para a semana de 5 a 11 de maio de 2025.
Originalmente idealizado pela deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), o projeto baseia-se nos dados do Censo de 2022 e busca acomodar os interesses de diferentes estados ao redistribuir deputados conforme suas populações. Damião Feliciano (União Brasil-PB), relator do projeto, está propondo alterações significativas para garantir que os estados que perderam população não sejam penalizados com a redução de suas vagas.
A proposta enfrenta forte resistência, em especial da bancada de São Paulo, que critica a redistribuição por não corresponder aos critérios de proporcionalidade. Atualmente, o estado de São Paulo ficaria com 111 deputados sob a proposta, um aumento em relação aos 70 atuais. A bancada paulista ressalta que esse ajuste não reflete a realidade populacional e pode gerar desigualdade na representação.
Além de ter que lidar com a controvérsia em torno das novas vagas, Hugo Motta apoia a alteração do projeto principalmente para proteger os interesses de seu estado, a Paraíba, que, segundo o modelo original, poderia perder duas vagas. Isso demonstra como a proposta é sensível às realidades políticas locais, levando em consideração a configuração populacional de cada região.
Para que a ampliação do número de deputados se concretize, Hugo Motta e Damião Feliciano estão buscando formas de financiamento que não onerar ainda mais as contas públicas. Eles estudam a possibilidade de reduzir gastos na Câmara, visando o corte de despesas significativas para viabilizar a inclusão de novos parlamentares. Estima-se que esse aumento acarretará custos elevados por deputado, o que complica o planejamento financeiro do projeto.
A votação da urgência relacionada ao PLP 177/23 foi adiada, criando expectativa em torno da finalização do relatório, que deve estar pronto na terça-feira, 6 de maio. A situação segue sendo monitorada de perto, à medida que as pressões aumentam tanto de aliados quanto de opositores ao projeto, destacando a intrincada dinâmica política na Câmara dos Deputados.