Em um importante momento para a Síria, o presidente interino Ahmed al-Sharaa realizou sua primeira visita oficial à Europa, aterrissando em Paris nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025. O encontro com o presidente francês Emmanuel Macron segue o tumultuoso derrube do ex-líder Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, após uma ofensiva liderada pelo grupo de al-Sharaa, a Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
A visita de al-Sharaa é considerada um divisor de águas nas relações internacionais da Síria e um teste ao compromisso do novo governo com a estabilidade e inclusão. A reunião no Palácio do Eliseu poderia moldar o futuro do país, uma vez que desafios como a violência sectária ainda persistem.
Macron reafirmou o apoio da França a uma “Síria livre, estável e soberana, que respeite todas as suas comunidades”. A convite do presidente francês, que foi condicionado à formação de um governo inclusivo, a reunião também se concentrará na necessidade de estabilizar a região e assegurar os direitos das minorias que têm enfrentado violência recente.
Apesar das esperanças para um novo começo, a situação na Síria continua tensa. Clashes violentos entre as forças leais a al-Sharaa e o setor Druze resultaram em quase 100 mortos apenas uma semana antes do encontro em Paris. Além disso, uma onda de violência nas regiões costeiras envolveu ações sangrentas, elevando a pressão internacional sobre o novo regime para proteger as minorias e manter a ordem.
Al-Sharaa, que figura na lista de sanções do Conselho de Segurança da ONU por seu papel na HTS, recebeu uma autorização especial para participar da reunião. A agenda do encontro incluirá discussões sobre coordenação de ajuda humanitária e possíveis alívios nas sanções, dependendo do compromisso do novo governo com a governança inclusiva e o progresso no campo dos direitos humanos.
O foco do encontro entre Macron e al-Sharaa inclui garantir a soberania e segurança da Síria, combater o terrorismo e garantir os direitos das minorias. A reunião é observada de perto por potências regionais e globais, pois um resultado positivo pode alterar o alinhamento ocidental em relação à Síria e abrir portas para um reconhecimento internacional da nova liderança.
O encontro em Paris representa um ponto crucial para o futuro da Síria, um país que ainda lidam com as consequências de um devastador conflito civil. O resultado das discussões poderá ter impactos significativos não apenas na trajetória da Síria, mas também em todo o cenário geopolítico do Oriente Médio.