Nos últimos dias, moradores da região do Caxemira Paquistanesa relataram que fugiram para as colinas para escapar dos ataques aéreos realizados pela Índia. O conflito, que envolve questões territoriais antigas entre Índia e Paquistão, voltou a escalar, gerando temor e deslocamento entre civis locais.
A região do Caxemira é historicamente disputada entre Índia e Paquistão desde a independência dos dois países em 1947. A área é dividida em partes controladas por ambos os lados, mas reivindicada integralmente por ambos. Nos últimos sete dias, houve uma intensificação dos ataques aéreos indianos na parte do Caxemira administrada pelo Paquistão, provocando uma resposta imediata da população local.
Relatos coletados entre 1 e 6 de maio de 2025 indicam que os ataques aéreos ocorreram principalmente nas áreas rurais próximas às fronteiras, onde a presença militar é mais forte. Os moradores afirmam que o barulho das explosões e o medo de bombardeios os forçaram a buscar refúgio nas colinas próximas para garantir segurança.
Os residentes da região são, em sua maioria, agricultores e pequenos comerciantes que vivem em vilarejos espalhados pelas montanhas. De acordo com entrevistas recentes, famílias inteiras deixaram suas casas às pressas, carregando apenas o essencial, para se protegerem dos ataques.
“Não tínhamos para onde ir, então subimos para as colinas com as crianças e os idosos. Foi uma noite de terror, ouvindo os aviões e as explosões”, relatou um morador da vila de Neelum, uma das áreas mais atingidas.
Além do deslocamento, há relatos de danos a propriedades e interrupção no fornecimento de energia e comunicação, complicando ainda mais a situação humanitária local.
O governo indiano justificou os ataques como parte de uma operação contra grupos militantes que, segundo Nova Délhi, utilizam a região para lançar ataques contra o território indiano. Já o Paquistão condenou as ações como uma violação da soberania e um ato de agressão que coloca em risco a vida de civis inocentes.
Organizações internacionais e países vizinhos têm chamado à calma e ao diálogo, alertando para o risco de escalada militar que pode desestabilizar toda a região do Sul da Ásia.
Com milhares de pessoas deslocadas e o medo constante de novos ataques, a situação humanitária no Caxemira Paquistanesa é preocupante. Organizações locais e internacionais têm mobilizado ajuda emergencial, mas o acesso às áreas afetadas ainda é limitado devido à instabilidade.
Especialistas em segurança regional alertam que, sem um cessar-fogo imediato e negociações diplomáticas, o conflito pode se agravar, trazendo consequências graves para a população civil e para a estabilidade geopolítica da região.