Ex-Premiê Sul-Coreano Se Afasta da Controvérsia da Lei Marcial
Em um cenário político conturbado, o ex-primeiro-ministro Han Duck-soo busca distanciar-se da controversa declaração de lei marcial feita pelo ex-presidente Yoon Suk-yeol. Enquanto prepara sua possível candidatura em uma eleição iminente, Han tenta esclarecer sua posição sobre a medida, que durou apenas seis horas, mas que suscitou ampla crítica por violar a Constituição e por instabilidade que trouxe ao país.
Contexto da Crise Política
A crise política na Coreia do Sul se intensificou após as eleições de abril de 2024, quando a oposição conquistou uma significativa maioria no parlamento. As tensões aumentaram devido a disputas orçamentárias e acusações envolvendo a primeira-dama Kim Keon-hee, suspeita de suborno e manipulação de preços de ações. Yoon alegou que forças antiestatais estavam por trás da oposição parlamentar, mas essas alegações foram refutadas em mais de 200 decisões judiciais.
Consequências da Lei Marcial
A declaração de lei marcial por Yoon foi interpretada como uma tentativa de sufocar a autoridade legislativa e impedir que os legisladores da oposição votassem contra um decreto. Essa ação culminou na remoção do ex-presidente pelo Tribunal Constitucional em abril de 2025, resultando em celebrações em Seul, onde milhares de manifestantes saíram às ruas para comemorar sua destituição.
Estratégia e Perspectivas de Han
Ao testemunhar contra Yoon, Han Duck-soo objetiva reforçar sua imagem como um líder que se opôs a decisões extremas, algo que pode ser vital para sua futura campanha eleitoral. A construção dessa credibilidade e a manutenção de uma distância em relação às polêmicas recentes serão chaves para conquistar o apoio popular. Com as eleições programadas para ocorrer 60 dias após a remoção de Yoon, Han tem a responsabilidade de se afirmar como uma figura estável e capaz em um período repleto de incertezas políticas.