Israel está implementando um novo plano de distribuição de ajuda humanitária em Gaza, onde o governo anunciou seu objetivo de capturar toda a Faixa de Gaza. Neste contexto, agências de ajuda estão expressando críticas severas ao projeto proposto pela Coordenadoria de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT). O plano prevê a entrada de cerca de 60 caminhões de ajuda humanitária diariamente na passagem de Kerem Shalom, com a distribuição sob controle de empresas de segurança privadas.
O esquema de distribuição projetado pelo COGAT sugere que toda a ajuda humanitária entre na Faixa de Gaza exclusivamente pela passagem de Kerem Shalom. Os caminhões de ajuda serão encaminhados a centros logísticos, onde a entrega será controlada por empresas de segurança privadas. Para gerir esse processo, será utilizado reconhecimento facial, que facilitará a identificação dos beneficiários, e alertas via SMS para informar a população sobre a disponibilidade da ajuda.
As agências de ajuda expressaram preocupação com o fato de que a centralização da entrega aumentará o deslocamento forçado da população, que já enfrenta inúmeras dificuldades. Segundo as agências, a obrigação de se deslocar até os centros de distribuição pode exacerbar a crise humanitária em uma região onde mais de 90% da população já foi deslocada devido ao conflito. A ONU, em particular, já manifestou sua recusa em participar do plano, alegando que ele fere seus princípios fundamentais de assistência humanitária.
A ofensiva militar israelense em Gaza já deixou um saldo trágico de mais de 52.000 mortes, conforme indicado por autoridades de saúde palestinas. A situação humanitária é extremamente crítica, com a infraestrutura da região severamente danificada. O plano de distribuição de ajuda, embora objetive minimizar a apropriação da assistência pelo Hamas, é contestado por suas potenciais consequências negativas, que podem intensificar o sofrimento da população civil.
Com o intuito de evitar que o Hamas, grupo que controla a faixa, consiga interceptar a ajuda humanitária, Israel estipulou centros de distribuição em Rafah. Cada família palestina será autorizada a coletar uma cota semanal de alimentos, supostamente projetada para atender necessidades básicas, sem permitir excedentes que possam ser explorados por organizações terroristas. O gerenciamento da distribuição ficará a cargo de ONGs verificadas, juntamente com contratantes privados norte-americanos, reforçando a necessidade de um processo formal de registro para garantir que a assistência chegue apenas às famílias autorizadas.