A Rivian Automotive Inc., uma das principais fabricantes de veículos elétricos dos Estados Unidos, anunciou uma significativa redução em sua previsão de entregas para 2025, alterando a expectativa de entrega de 40.000 a 46.000 veículos, abaixo da previsão anterior de 46.000 a 51.000 unidades. O anuncio ocorreu em 6 de maio de 2025 e reflete um ambiente econômico desafiador, marcado pelos impactos das tarifas impostas pela administração Trump e incertezas nas guerras comerciais.
A decisão da Rivian ecoa um sentimento mais amplo na indústria automotiva, que também afetou outras montadoras como Ford e General Motors. As tarifas comerciais, que aumentaram os custos de produção e importação de componentes, pressionaram a margem de lucro da empresa, levando-a a revisar suas estratégias de entrega para o ano em curso.
A Rivian não apenas ajustou suas estimativas de entrega, mas também aumentou sua previsão de despesas de capital para um intervalo de US$ 1,8 bilhão a US$ 1,9 bilhão, em comparação com o intervalo anterior de US$ 1,6 bilhão a US$ 1,7 bilhão. Esse aumento visa mitigar os efeitos das tarifas que continuam a impactar a produção.
Outras grandes montadoras também estão sentindo os efeitos das tarifas comerciais. A Ford, por exemplo, estima que as tarifas adicionarão US$ 2,5 bilhões em custos em 2025, enquanto a General Motors prevê um impacto de cerca de US$ 5 bilhões. Essa pressão econômica motivou as empresas a revisarem suas projeções e estratégias no setor de veículos elétricos.
No entanto, nem tudo são desafios. A Rivian registrou um marco financeiro importante no primeiro trimestre de 2025, com um lucro bruto de US$ 206 milhões, o maior já registrado pela empresa. Esse resultado foi impulsionado tanto pelo segmento automotivo, que contribuiu com US$ 92 milhões, quanto pelos serviços e software, que geraram US$ 114 milhões. Além disso, a empresa conseguiu reduzir o custo médio dos veículos entregues em US$ 22.600 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Rivian está fortalecendo sua posição financeira através de um investimento conjunto com o Grupo Volkswagen, que pode chegar a US$ 5,8 bilhões. Já foi desbloqueado US$ 1 bilhão desse aporte, que deve ser finalizado até o final de junho de 2025, o que é visto como uma oportunidade estratégica para ampliar a capacidade produtiva e acelerar o desenvolvimento tecnológico.
Os investidores também foram alertados sobre os desafios regulatórios que a Rivian pode enfrentar. Existe a preocupação com a possível eliminação do crédito fiscal federal de US$ 7.500 para veículos elétricos, um fator que pode reduzir o apelo econômico dos EVs e afetar as vendas negativamente.
A Rivian está navegando por um cenário complexo em 2025, dominado por desafios econômicos e regulatórios atribuídos às tarifas comerciais e políticas da administração Trump. Embora tenha alcançado resultados financeiros positivos no primeiro trimestre, a empresa precisa ajustar suas expectativas de entregas e aumentar seus investimentos para reduzir os impactos das tarifas. Além disso, a parceria com o Grupo Volkswagen representa um aspecto positivo, mas o futuro permanece indefinido, dependendo de decisões governamentais e da evolução da demanda do consumidor.
Esses eventos ilustram as dificuldades enfrentadas pelos fabricantes de EVs nos Estados Unidos, revelando que, mesmo com produção interna, as tarifas e as tensões comerciais têm um impacto substancial na indústria automotiva americana.