Márcia, 41 anos, busca recomeço após tentativa de feminicídio em Guarujá. Reprodução: g1
Márcia Marques Ruiz, de 41 anos, está recomeçando sua vida após ter sido vítima de uma brutal agressão por parte de seu companheiro, Robson Perez Reis, de 37 anos. A mulher passou quase um mês internada em um hospital de Guarujá, no litoral de São Paulo, recuperando-se de ferimentos graves que incluíram queimaduras e lesões no couro cabeludo.
O caso chamou a atenção das autoridades após Márcia conseguir escapar com o auxílio de seu filho de apenas cinco anos. O agressor foi preso e indiciado por violência doméstica e tentativa de feminicídio. A situação se agravou durante uma discussão por ciúmes, que culminou em agressões físicas extremas.
Márcia conheceu Robson através de uma plataforma online enquanto ele estava preso. O relacionamento começou de maneira promissora, mas logo se tornou tóxico, com episódios frequentes de agressão física e psicológica. "Ele sempre foi ciumento e agressivo, especialmente quando consumia álcool ou drogas", relatou a vítima, que também enfrentou cárcere privado.
Em um dos episódios mais violentos, Robson desfigurou o rosto de Márcia, arrancando parte de seu couro cabeludo e quatro dentes. "Ele me bateu e arrancou o couro da minha cabeça", explicou. Após quase um mês de recuperação em hospital, a mulher teve suporte de uma ativista que a ajudou com cirurgias faciais e próteses dentárias.
Mariana Correa Simões, uma ativista em defesa dos direitos das mulheres, acolheu Márcia, proporcionando o apoio necessário para sua recuperação. "Sinto-me aliviada e um pouco mais feliz", disse Márcia, enquanto encoraja outras vítimas a denunciarem abusos. ".
Em 9 de março, após uma denúncia feita por uma enfermeira, a Polícia Militar foi acionada. Ao chegarem ao local, encontraram Márcia gravemente ferida, com queimaduras e hematomas. O hospital reportou que a mulher apresentou fraturas e um ferimento crítico no crânio, no entanto, estava estável após o tratamento.
Robson Perez Reis foi indiciado por suas ações brutais e se encontra detido, sendo transferido entre cidades por questão de segurança. A delegada Edna Pacheco afirma que o caso é um exemplo da necessidade de severas medidas contra a violência doméstica. Márcia, por sua vez, espera que sua história inspire outras mulheres a procurar ajuda e a não se calarem em situações semelhantes.