A tragédia em Santos, São Paulo, ganhou destaque após o relato de Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, que pediu ajuda a um médico momentos antes de ser morta a tiros e facadas pelo marido, o sargento da Polícia Militar Samir Carvalho. O incidente ocorreu na clínica que Amanda visitou com sua filha, em um momento desesperador marcado por ameaças e tensão familiar.
Em depoimento, o médico que atendia na clínica revelou que Amanda entrou no consultório muito nervosa, afirmando: "Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando". Essa é a essência do clamor da mulher, que buscava proteção enquanto o sargento a seguia, demonstrando a vulnerabilidade feminina em situações de violência doméstica.
O crime ocorreu no início de maio de 2025, na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé, quando Samir, após chegar à clínica, disparou várias vezes contra Amanda e sua filha de 10 anos, que ficou ferida. Em uma sequência brutal, Samir também esfaqueou Amanda, que não resistiu aos ferimentos. O médico, em pânico, trancou a porta do consultório e virou sua sala em um refúgio temporário, mas o horror não pôde ser evitado.
Ainda segundo o médico, ele conseguiu ouvir os tiros que partiram do corredor, momento em que ele se abrigou sob a mesa, temendo o pior. A polícia, acionada através de um pedido discreto por parte de Amanda, chegou ao local, mas não antes que se concretizasse uma cena de violência extrema. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que um Inquérito Policial Militar foi instaurado para investigar a conduta dos policiais que estavam presentes na clínica na hora dos disparos.
A situação se agravou quando, em versões contraditórias, a SSP-SP inicialmente afirmou que a polícia chegou ao local após Amanda ser assassinada, mas posteriormente acertou os detalhes, declarando que alguns policiais estavam nas proximidades no momento do ataque. Os relatos dos agentes continuam a ser analisados, uma vez que a mulher e a filha foram encontradas trancadas dentro do consultório no momento da chegada policial.
A defesa de Samir afirmou que ele se entregou às autoridades e que a audiência de custódia foi realizada em 8 de maio, convertendo sua prisão em preventiva enquanto as investigações continuam. O caso agora segue sob sequência legal, com demandas urgentes por justiça diante do cenário de feminicídio que ainda atormenta tantas mulheres no Brasil.