Tecnologia pouco conhecida fora do setor agrícola, os adjuvantes estão ganhando espaço como aliados essenciais para otimizar a aplicação de insumos e promover uma atuação mais sustentável no campo. O comércio de adjuvantes no Brasil movimentou quase R$ 3 bilhões em 2023, revelando o potencial desta tecnologia inovadora.
Mas, o que são esses adjuvantes? Segundo o CEO da Sell Agro, Leandro Viegas, "o adjuvante garante que o agroquímico tenha a real efetividade para a qual foi desenvolvido. Aplicou uma vez, sanou o problema". Estas substâncias são adicionadas à calda de pulverização antes da aplicação de defensivos, fertilizantes ou produtos biológicos e são responsáveis por aumentar a eficácia dos ingredientes ativos.
Os adjuvantes possuem uma gama de funções, como a redução do desperdício durante a aplicação, facilitando a penetração nas plantas e estabilizando as misturas no tanque. Além disso, evitam a evaporação e aumentam o número de microgotas, ampliando a cobertura das áreas tratadas.
A soja se destaca como o maior consumidor de adjuvantes, respondendo por R$ 1,6 bilhão do total do mercado, seguido pelo milho. Este crescimento expressivo é reflexo da busca por maior rentabilidade e eficiência nas lavouras.
Por outro lado, o setor ainda enfrenta desafios. A ausência de regulamentação específica para os adjuvantes levanta preocupações sobre a qualidade dos produtos utilizados pelos agricultores. O Instituto Agronômico de São Paulo (IAC) instituiu o Selo Oficial de Funcionalidade para garantir a eficácia dos adjuvantes, exigindo que os produtos passem por rigorosos testes.
A qualidade dos adjuvantes impacta diretamente o meio ambiente. Produtos mal formulados podem levar à aplicação excessiva de insumos, enquanto os bons contribuem para a sustentabilidade, reduzindo o volume necessário de aplicações. A conscientização dos produtores sobre a aplicação moderada de agroquímicos é essencial para proteger o solo e as nascentes.
O futuro dos adjuvantes no Brasil depende da ampliação do conhecimento sobre essas substâncias e de uma regulamentação eficaz que proteja tanto os produtores quanto os consumidores finais. "A falha do agro está na comunicação. Quem está fora não vê o esforço que se faz para tornar o agronegócio sustentável e respeitado", conclui Viegas.