Desde 2020, mais de 2 mil recém-nascidos foram registrados nas cidades de Bauru e Marília, em São Paulo, apenas com o nome da mãe em suas certidões de nascimento. Os dados, fornecidos pelos Cartórios de Registro Civil, revelam uma tendência crescente, com mais de 400 registros apenas em 2024.
O estado de São Paulo ocupa a posição de liderança em registros de crianças sem o nome do pai, contabilizando mais de 146 mil casos nos últimos cinco anos. Essa estatística reflete não apenas a ausência de pais no convívio familiar, mas também uma mudança nas configurações familiares que está sendo observada atualmente.
Em Bauru, o número de registros com somente o nome da mãe ultrapassa 1,4 mil desde 2020. No ano de 2024, foram 282 novos casos, uma leve queda em comparação aos 292 registros de 2023. Marília, por outro lado, registra mais de 600 crianças sem o nome do pai desde o início deste período, com 122 casos em 2024, um aumento em relação aos 82 do ano anterior.
A presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo, Karine Boselli, enfatiza que a análise desses dados deve considerar as mudanças nas estruturas familiares. Ela aponta que o aumento no número de registros com o nome de duas mães é um indicador da transformação das configurações familiares.
Até maio de 2025, Bauru registrou 80 novos casos e Marília relatou mais de 50. Em São Paulo, mais de 6,2 mil registros têm sido feitos com dupla maternidade. Somente em 2024 foram 1.351, e já em 2025, 379 registros foram realizados. Esses números representam um avanço no reconhecimento legal de novas dinâmicas familiares, especialmente no que tange aos direitos das famílias homoafetivas.