Auditores da Receita Federal iniciaram uma greve que impacta diretamente a fiscalização de cargas não perecíveis nas fronteiras de Roraima. A paralisação, que começou no dia 12 de maio e se estenderá até o dia 16, resulta na diminuição das atividades de fiscalização aduaneira nos municípios de Pacaraima, na divisa com a Venezuela, e Bonfim, na fronteira com a Guiana.
Apenas 30% do efetivo obrigatório por lei permanecerá em operação, focando na liberação de cargas perecíveis, como alimentos, medicamentos e produtos perigosos, além do atendimento a decisões judiciais. Essa informação foi confirmada pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal de Roraima.
A greve foi motivada pela recente decisão do governo de reduzir o bônus de produtividade dos auditores e pelo descaso em atender as reivindicações lançadas desde a greve iniciada em novembro de 2024. Segundo o sindicato, essa inação do governo força a categoria a intensificar o movimento grevista.
"Lamentamos os transtornos que essa greve pode causar à sociedade brasileira, mas face às medidas prejudiciais aos Auditores-Fiscais, a única alternativa é protestar contra essa situação e buscar ser ouvidos," ressaltou o sindicato em nota oficial.
O g1 está em contato com a Receita Federal para obter posicionamento sobre a situação e aguarda resposta. Vale mencionar que a greve nacional exige a reposição de 9% nos salários dos auditores, que não recebem reajuste desde 2022, conforme indicado pelo presidente do sindicato em Roraima, Omar Rubin. A categoria já havia realizado paralisações semelhantes no início deste ano, especificamente em 29 de janeiro, devido aos mesmos problemas.
Normalmente, a fiscalização em Pacaraima atende cerca de 50 carretas diariamente, que agora enfrentam atrasos e incertezas devido à greve dos auditores.