Em um cenário em que a hype em torno da inteligência artificial cresce a passos largos, algumas startups estão adotando o rótulo "agente de IA" como estratégia para justificar significativos aumentos de preços. Isso foi apontado por Guido Appenzeller, parceiro da Andreessen Horowitz (a16z), durante um podcast recente, onde ele discutiu as implicações dessa tática.
Appenzeller explicou que um "continuum" de startups está capitalizando essa tendência, reclassificando ferramentas simples como agentes de IA. "O mais simples que já ouvi ser chamado de agente é basicamente um prompt inteligente em cima de uma base de conhecimento qualquer", afirmou. Segundo ele, um usuário pode fazer uma pergunta sobre um problema técnico, e o agente busca na base de conhecimento para fornecer uma resposta padrão.
Discussões sobre o que realmente define um agente de IA estão em pauta. Durante a conversa, os parceiros da a16z, incluindo Matt Bornstein e Yoko Li, refletiram se as tecnologias categorizadas como agentes realmente se comportam como tal. "Na verdade, não acredito que o que temos até agora sejam agentes. O termo é, talvez, mal definido e sobrecarregado", comentou Bornstein.
Enquanto a terminologia é debatida, várias empresas já estão utilizando agentes de IA para automatizar processos complexos. A Regie AI, por exemplo, aplica "agentes de vendas em modo piloto" para localizar leads, redigir e-mails personalizados e fazer follow-up com compradores. Por outro lado, grandes empresas, como a PwC, apresentaram suas plataformas de "agent OS", destinadas a facilitar a comunicação e execução de tarefas entre agentes.
No entanto, um alerta é necessário. Quanto mais passos um agente precisa dar para completar uma tarefa, maior a probabilidade de cometer erros, como relatado pelo Business Insider. Apesar dessa ambiguidade, o investimento em agentes de IA continua sendo uma aposta alta, com a OpenAI prevendo que 20% a 25% de sua receita venha de agentes. "Se 2024 foi o ano dos LLMs, acreditamos que 2025 será o ano da IA agente", disse Praveen Akkiraju, diretor da Insight Partners.
Na busca por fervor criativo e oportunidades de mercado, Bornstein adverte: "Precisamos olhar para a tecnologia real sob o que estamos chamando de agentes. Onde estão sendo implantados e por quê?" Essa perspectiva crítica pode ajudar a evitar o excesso de entusiasmo que, por vezes, pode distorcer a realidade das capacidades tecnológicas atuais.