Queda histórica nos homicídios femininos no Acre
O recente Atlas da Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelou que em 2023, o Acre registrou 18 homicídios de mulheres, apresentando uma queda em relação aos 23 casos do ano anterior. Essa redução marca a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes em uma década, com um índice de 3,8, comparado a uma média nacional de 3,5.
Apesar da diminuição, o estudo destaca preocupações significativas, como o fato de que 15 das 18 vítimas eram mulheres negras. O Atlas ressalta que as mortes violentas em geral não diferenciam feminicídios, abrangendo uma análise mais ampla das fatalidades enfrentadas por mulheres.
Perspectivas alarmantes entre mulheres negras
O recorte social é alarmante: dos 18 homicídios registrados no Acre, 80% das vítimas eram mulheres negras, o que indica um padrão preocupante de violência racial. Comparando com anos anteriores, a quantidade de homicídios de mulheres negras caiu de 29 em 2018 para 15 em 2023, uma redução de 48,3%. Essa sobrerrepresentação ressalta a necessidade de políticas públicas direcionadas às desigualdades raciais.
A redução geral da violência no Acre
O total de homicídios no Acre também evidenciou uma queda, totalizando 217 ocorrências em 2023, ou seja, uma redução de 8,8% em relação a 2022. Enquanto a média nacional de mortes violentas foi de 21,2 por 100 mil habitantes, o Acre se manteve em 23,7.
Dados históricos e afirmações sobre segurança pública
Ao longo da última década, a análise do Atlas destaca uma diminuição progressiva nos homicídios femininos no estado. Entre 2013 e 2023, foram 291 mulheres vítimas de homicídio, com 233 sendo negras.
Segundo o estudo, 67% dos casos de violência contra crianças ocorreram em ambientes domiciliares, enfatizando a urgência de medidas de proteção para as populações mais vulneráveis. Além disso, o Atlas atribui a queda nos homicídios a uma "revolução invisível" na segurança pública, com foco em gestão, planejamento e participação comunitária nas políticas de prevenção.
Impacto das mortes intencionais na análise
Um ponto crítico abordado no relatório é o aumento das mortes violentas de causa indeterminada, o que dificulta a avaliação das mortes intencionais. Experimentos com machine learning foram empregados para estimar homicídios classificados incorretamente, revelando uma lacuna significativa nas estatísticas oficiais.
Essas conclusões ressaltam a importância de estratégias focadas e a necessidade de aprofundar as discussões sobre segurança pública, considerando as raízes das desigualdades raciais e sociais que permeiam o estado do Acre.
