O drama de Edvan, homem desaparecido desde janeiro deste ano, vem à tona após um acompanhamento detalhado pelo programa Profissão Repórter. O caso, que já foi registrado pelas autoridades, tem gerado comoção e revolta entre seus familiares, especialmente pela forma como Edvan foi tratado antes de seu sumiço.
A filha de Edvan, que reside em São Paulo, procurou a polícia para relatar o desaparecimento do pai, que vivia em Piracicaba com sua esposa e enteada. De acordo com seu depoimento, Edvan foi levado por criminosos para prestar esclarecimentos sobre uma denúncia de estupro, e desde então, não foi mais visto.
Investigações indicam que Edvan foi alvo de um julgamento por uma facção criminosa, resultando em sua execução. A delegada responsável pelo caso revelou que, embora Edvan tenha sido considerado culpado por esta facção, tal reconhecimento não teve respaldo das autoridades estaduais. "Ele foi julgado pela facção como autor de um crime. Esse reconhecimento do crime sexual não foi feito pelos órgãos do Estado, mas por um estado paralelo", explicou a delegada.
Em um relato emocionado, a filha da vítima destacou a injustiça e a dor de perder Edvan sem que ele tivesse a chance de se defender. "Ele não teve como provar a inocência dele. Não teve nem a oportunidade de a gente saber se era verdade ou mentira. Já foi julgado sem ao menos se defender", desabafou. A dor da perda é amplificada pela falta de um desfecho respeitoso, o que torna sua situação ainda mais angustiante.
A filha continua a luta e expressa sua angústia pela falta de um corpo para sepultar. "Eu fico de mãos atadas, porque é difícil esperar isso de uma pessoa que me criou. Mesmo com o que estão dizendo... foi ele quem me pôs no mundo. E eu quero, sim, reencontrar meu pai — ou o que restou dele — para poder enterrar e dar meu último adeus", afirmou, ressaltando a indefensável situação de ter um ente querido desaparecido e sem um fim digno. "Eles tiraram ele de mim, julgaram ele sem ele provar a inocência". Essas palavras refletem o clamor por justiça e a busca por respostas em um caso que revela as complexidades da violência e do crime organizado.
O caso de Edvan é um testemunho das implicações de julgamentos paralelos e da falta de segurança em diversas comunidades. A violência e a incerteza continuam a assolar famílias que, como a de Edvan, clamam por Justiça e respostas para seus entes queridos, desaparecidos ou mortos em circunstâncias trágicas.