No atual cenário do mercado de trabalho, o CEO da Fiverr, Micha Kaufman, estabeleceu uma nova diretriz: freelancers que não utilizam inteligência artificial (IA) podem ficar de fora das oportunidades. Em uma declaração marcante à Business Insider, Kaufman enfatizou que a adoção de IA se tornou uma expectativa básica na plataforma de freelance, revelando que aqueles que não integram essas ferramentas em seu trabalho podem ser facilmente superados.
O executivo observou que os freelancers frequentemente estão na vanguarda da adoção tecnológica, utilizando ferramentas de IA rapidamente, o que cria uma clara vantagem competitiva sobre empregados em tempo integral. "Para muitos empregadores, habilidades em IA são um diferencial, mas na Fiverr, são absolutamente não negociáveis", afirmou Kaufman.
Ao demonstrar sua forte posição, o CEO alertou que mesmo os candidatos que expressam interesse em experimentar IA, mas que ainda não a utilizaram, levantam preocupações. "Você não pode esperar ser ensinado". Ele sublinhou que, no mercado contemporâneo, a capacidade de aprimorar o trabalho por meio de IA é o que pode diferenciar os profissionais.
Em um memorando enviado recentemente a seus 775 funcionários, Kaufman destacou que a IA representa uma ameaça real a empregos em todos os níveis. "A IA está vindo para os seus empregos. E isso vale também para o meu", escreveu ele, ampliando sua mensagem em um post público. O CEO ressaltou que isso não era uma tentativa de incitar pavor, mas uma necessidade de encarar a realidade do mercado de trabalho modernizado.
Com a transformação digital em curso, Kaufman observou que a competição não é propriamente com a tecnologia, mas sim com profissionais que dominam essas inovações. Ele afirmou que aqueles que utilizam IA para ampliar suas capacidades, em vez de simplesmente automatizar tarefas, se destacam no mercado. "O risco não é a tecnologia deslocar pessoas, mas os que são proficientes na tecnologia deslocarem os que não são".
Este pensamento ecoa em outras lideranças de tecnologia, como o CEO da Klarna, Sebastian Siemiatkowski, que reconhece a potencial absorção de todas as funções por IA, enquanto a Shopify exige que suas equipes demonstrem que um trabalho não pode ser realizado por IA antes de solicitar a contratação de novos funcionários.
Com a ameaça de substituição por IA, surge a questão: quais trabalhadores estão a salvo? Kaufman acredita que aqueles que buscam substituir-se integralmente com tecnologia serão os menos ameaçados. "Trabalhadores que têm curiosidade, flexibilidade e disposição para experimentar são aqueles que resistirão à pressão da automação”, explicou.
Ele também observou que a situação atual reforça a importância do julgamento humano e da nuance no trabalho, já que o "toque humano especial" permanece essencial mesmo com a ascensão da inteligência artificial. "Quero que meu time se concentre em tarefas mais complexas e nuances humanas ao invés de operar como se ainda estivéssemos em 2024", afirmou.
A adaptação ao novo cenário também está visível no comportamento dos freelancers. Kaufman explicou que esses profissionais são mais propensos a experimentar novas ferramentas, permitindo que novas funções como codificadores de vibrações e treinadores de agentes emergem como os principais geradores de receita na Fiverr.
A pesquisa da Fiverr sobre Tendências de Negócios revelou um aumento notável na demanda por serviços relacionados a IA, com uma elevação de 18.347% nas pesquisas por "Agente de IA" e um incremento de 1.739% em busca por "Criador de Vídeos de IA" nos últimos seis meses. Para Kaufman, a resposta à pergunta sobre como se resguardar do futuro está clara: dominar as ferramentas de IA mais recentes e estar disposto a experimentar sem esperar um treinamento formal é fundamental. "Se você não percebe a velocidade das mudanças atualmente, corre o risco de ficar para trás. E apenas estar razoavelmente bom em algo já não é suficiente".