A endocrinologista Rachel Franchim, residente de Campinas, teve seus dados pessoais e profissionais utilizados em um esquema fraudulento para a venda de canetas emagrecedoras. O incidente levou à criação de um site falso que se passava por uma distribuidora de medicamentos, onde seus dados foram exibidos sem autorização.
Ao tomar conhecimento do uso indevido de suas informações, Rachel e seu marido decidiram agir. Eles fingiram ser potenciais clientes e, durante a interação com os golpistas, conseguiram coletar informações bancárias e o CPF de uma pessoa que receberia os valores, mencionando esses dados na ocorrência registrada na Polícia Civil.
Entre os produtos insistentes na fraude estava o Mounjaro, que apenas será disponibilizado no Brasil a partir da segunda quinzena de maio. Para validarem que realmente se tratava de um golpe, Rachel e seu marido se envolveram numa conversa com os golpistas, que revelaram detalhes financeiros e levantaram suspeitas sobre a identidade do destinatário do pagamento.
Uma das preocupações expressas por Rachel é a facilidade com que os golpistas obtiveram suas informações e experiências. "O que podemos fazer para evitar golpes como este?", questionou ela, ressaltando a vulnerabilidade de profissionais da saúde frente a fraudes online.
Na conversa com os golpistas, ficou evidente que o marido de Rachel foi implicado no esquema, pois informações que ligavam o pagamento a ele foram mencionadas. O casal conseguiu um registro formal do caso, que agora está sob investigação pelo 11º Distrito Policial de São Paulo.
Durante a investigação, Rachel também descobriu que sua imagem foi ligada a uma profissional não associada ao golpe. A endocrinologista de Itatiba viu sua foto sendo usada indevidamente, após Rachel entrar em contato com ela para informá-la sobre a situação. A médica vítima do golpe ainda não estava ciente da utilização de sua imagem.
O triste desfecho deste incidente destaca a importância de manter a segurança de dados pessoais, especialmente para profissionais da saúde, que podem ser alvos de fraudes elaboradas. O boletim de ocorrência, feito pela internet, foi enviado para investigação como um caso de estelionato.