Pressionado por parlamentares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deve se reunir na próxima terça-feira, dia 20, com as autoras do pedido de abertura da CPMI do INSS, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (PL-PR). A reunião visa definir os próximos passos da Comissão que busca investigar desvio de bilhões em aposentadorias.
A CPMI já conta com 230 assinaturas na Câmara dos Deputados e 39 no Senado, número suficiente para dar início aos trabalhos. No entanto, a oficialização do processo depende da decisão de Alcolumbre, que tem evitado mover a questão, temendo atritos com o governo do presidente Lula.
Damares Alves fez declarações contundentes nesta quinta-feira, afirmando que irá recorrer ao STF caso Alcolumbre não autorize a leitura do requerimento para o início das investigações. "As irregularidades foram estabelecidas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019, e se prolongaram até 2024", destacou a senadora.
O Palácio do Planalto, por sua vez, tem se posicionado a favor da continuidade das investigações. Durante uma audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, também manifestaram apoio à criação da CPMI.
No entanto, a criação dessa Comissão não vem sem controvérsias. Nos bastidores, fontes indicam que a investigação pode acarretar um desgaste na imagem do governo, dado o histórico de fraudes que começou durante a administração anterior e que agora é alvo de atenção e questionamento por parte dos legisladores.
O cenário político em torno da CPMI segue tenso, com Acolumbre diante de uma pressão crescente para agir. A expectativa é que a reunião da próxima terça-feira seja determinante para os rumos da investigação, que pode revelar informações importantes sobre as fraudes no INSS e o impacto delas sobre o sistema previdenciário brasileiro.