O julgamento de Gustavo Amaro da Silva, motorista que atropelou e matou o motociclista Leandro Caproni em São Paulo, começou nesta sexta-feira (16), cinco anos após o trágico ocorrido. Acusado de homicídio por dolo eventual, Gustavo, que na época tinha 18 anos, também enfrenta a acusação de lesão corporal, em decorrência de ferimentos causados a um passageiro de outro veículo envolvido no acidente.
O incidente, registrado em uma câmera de segurança, ocorreu em 22 de dezembro de 2019, quando Gustavo, dirigindo uma BMW sem carteira nacional de habilitação, perdeu o controle do carro, invadiu o canteiro central e colidiu com a moto de Leandro e outro automóvel na Radial Leste. O motociclista, que tinha 27 anos, morreu no local devido a politraumatismo, sendo o impacto tão severo que quase decepou sua cabeça.
Apesar da colisão feroz, a perícia não conseguiu determinar com precisão a velocidade da BMW no momento do acidente. O velocímetro do carro registrou 110 km/h, um indicativo que, segundo especialistas, sugere que Gustavo estava dirigindo acima do limite permitido de 50 km/h. No entanto, a investigação não conseguiu concluir a velocidade exata devido a lacunas nos exames. O réu encontrava-se em liberdade, pois foi solto após pagamento de fiança.
O julgamento está sendo realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, e Gustavo, que atualmente está internado em uma clínica psiquiátrica, participa do júri por videoconferência. A justiça decidiu adotar essa medida devido às alegações de problemas de saúde mental do acusado. Durante sua defesa, ele tentou argumentar que aprendeu a dirigir sozinho e que perdeu o controle do carro após passar por um desnível na pista.
No momento do acidente, Gustavo dirigia um carro avaliado em R$ 200 mil, que pertencia a um amigo de seu pai. As imagens do acidente mostram a BMW derrubando árvores ao invadir o canteiro, causando danos a outro veículo, mas sem ferir o motorista deste carro. Em um depoimento anterior, Gustavo afirmou que não tinha consciência da velocidade em que dirigia e que não estava ciente de que atingiria outros veículos. Ele chegou a ser preso na ocasião, mas foi liberado após o pagamento da fiança.
A defesa do réu não foi localizada até a última atualização da reportagem. Nesta sexta, advogados de Gustavo tentaram adiar o julgamento mais uma vez, argumentando sobre sua internação, mas o pedido foi negado pela Justiça, que determinou o julgamento por videoconferência. O advogado da família de Leandro, Luís Fernando Beraldo, expressou esperança de que o réu receba uma pena entre 13 a 14 anos. Leandro, um talentoso profissional de comunicação, havia fundado uma produtora de vídeos em 2013 e trabalhava para levantar questões sociais por meio de seu conteúdo.
O impacto deste caso destaca a discussão sobre a responsabilidade ao volante e as consequências trágicas que podem surgir de ações imprudentes.