O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus ao bancário Thiago Arruda Campos Rosa, que atropelou e matou o cantor de pagode Adalto Mello em São Vicente, litoral de São Paulo. O acidente ocorreu no dia 29 de dezembro, quando Thiago dirigia embriagado e em alta velocidade, e agora ele espera o alvará de soltura para deixar a Penitenciária II de Tremembé.
A decisão do STF, anunciada pelo ministro André Mendonça, representa uma reviravolta no caso, já que o habeas corpus havia sido negado em todas as instâncias anteriores. A justificativa para a liberação de Thiago é a ausência de antecedentes criminais e a comprovação de residência fixa, permitindo que sua prisão preventiva fosse substituída por medidas cautelares.
O acidente resultou na morte de Adalto Mello, de 39 anos, que pilotava uma motocicleta na Avenida Tupiniquins no momento em que foi atingido pelo carro de Thiago. Testes de bafômetro constataram que o bancário estava com 0,82 mg/l de álcool no sangue, uma quantidade 20,5 vezes superior ao permitido por lei. Com isso, Thiago foi denunciado por homicídio doloso com dolo eventual, que implica assumir o risco de matar.
A audiencia de instrução do caso foi agendada para 17 de junho, onde serão ouvidas testemunhas, incluindo familiares de Adalto, e decisões sobre um possível júri popular serão tomadas. A defesa de Thiago argumenta que ele não tinha a intenção de matar e que o acidente foi resultado de uma imprudência da vítima, que fez uma manobra repentina.
Adalto Mello era um talentoso cantor e compositor de pagode que deixou um filho de 10 anos. Sua mãe, Carla, lembrou de sua paixão pela música desde a infância, e que ele sonhava em viver do que mais amava, a arte. O laudo do Instituto de Criminalística indicou que Thiago estava dirigindo em velocidade incompatível com a via, onde o limite máximo era de 50 km/h. No entanto, o laudo não conseguiu determinar a velocidade exata na qual Thiago estava trafegando.
Thiago Arruda foi filmado em um momento de lazer momentos antes do acidente, onde ele publicava imagens em redes sociais. O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e uma onda de solidariedade pela tragédia que abalou a comunidade local.
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