O estado de São Paulo vivencia um aumento alarmante de 68% nos roubos e furtos de alianças e anéis no primeiro trimestre de 2025, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Os dados divulgados no portal da transparência da Secretaria da Segurança Pública (SSP) revelam que, em média, 22 anéis são levados por dia, tornando as alianças um alvo fácil para criminosos nas ruas.
Um alerta para a situação foi feito pelo g1 em abril, evidenciando que esse tipo de crime já apresentava um crescimento significativo no início de 2025, com aumento de 56% em relação aos primeiros meses de 2024. Recentes incidentes, como o ataque a uma médica e o assassinato de um agente da CET durante uma tentativa de roubo, evidenciam a gravidade do problema, onde a aliança se tornou o principal alvo dos assaltantes.
Os boletins de ocorrência gerados nesses casos indicam que o número de registros pode ser superior ao total de objetos roubados, já que mais de uma aliança pode ser subtraída em uma única ocorrência. Este fenômeno ocorre em um cenário de alta pelo preço do ouro, que chegou a US$ 3.500 por onça, refletindo a crescente demanda e incertezas econômicas globais.
A SSP, em resposta às crescentes ocorrências, anunciou que a Polícia Civil está realizando investigações para desmantelar as redes criminosas envolvidas no comércio clandestino de joias. Entre janeiro e março de 2025, foram registrados 1.981 casos de roubos e furtos de alianças e anéis, comparado a 1.175 ocorrências no mesmo período do ano anterior. A cidade de São Paulo figura como a mais afetada, com 56% dos casos ocorrendo na região metropolitana.
Dados apontam que nove em cada dez roubor ocorreram em vias públicas, com o maior número de ocorrências registradas pela manhã. O professor de Segurança Pública da FGV-SP, Rafael Alcadipani, observou a tendência crescente de crimes focados em alianças devido à valorização do ouro, o que se acentua em tempos de instabilidade econômica.
A Polícia Civil também está mobilizando esforços para localizar vítimas através da Operação Ouro Reverso, na qual 12 joias apreendidas estão disponíveis para reconhecimento. A SSP destaca a necessidade dessa operação para comprovar a origem ilícita das peças e dar seguimento nas investigações. Além disso, a SSP intensificou operações contra roubos de itens valiosos, e a Polícia Militar tem aumentado o patrulhamento em áreas mais suscetíveis a esses delitos. Nos últimos três anos, a 4ª Delegacia de Investigação de Crimes contra o Patrimônio registrou 400 indiciamentos e 160 prisões em flagrante relacionadas a esses crimes.