Os maus hábitos como fumar, beber em excesso e a falta de atividade física podem ter consequências significativas para a saúde, e um estudo recente sugere que essas repercussões podem começar a aparecer já aos 36 anos. Especialistas alertam, no entanto, que isso varia de pessoa para pessoa e que nem todos sentem os efeitos na mesma idade.
A pesquisa, realizada por cientistas finlandeses e publicada na revista Annals of Medicine, investigou como comportamentos de risco, como o tabagismo e o consumo de álcool, impactam o envelhecimento. Os dados foram coletados com voluntários em diferentes idades, permitindo que os pesquisadores analisassem o acúmulo de efeitos negativos ao longo do tempo. O estudo apontou que, entre 36 anos, muitos já apresentam sintomas de depressão, deterioração do bem-estar psicológico e aumento de fatores de risco metabólicos.
Embora os dados indiquem uma idade específica, especialistas como Marco Túlio Cintra, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, enfatizam que a realidade é mais complexa. "Essa média é um reflexo dos comportamentos de uma população e não deve ser usada como um guia pessoal para mudanças", adverte. Ele acrescenta que cada pessoa reage de maneira única ao acúmulo de hábitos prejudiciais ao longo da vida.
A pneumologista Lúcia Sales explica que o risco varia de acordo com o número de anos gastos em hábitos nocivos, como o tabagismo, onde fatores como cigarro/anos influenciam diretamente. Assim, não existe uma idade fixa para o início dos efeitos adversos; quanto mais cedo as pessoas adotarem hábitos saudáveis, melhor será para sua saúde a longo prazo. Ela aponta que a mudança de hábitos deve ser uma prioridade, começando na juventude.
Os especialistas concordam que para envelhecer de forma saudável, algumas práticas devem ser adotadas o quanto antes. Entre essas práticas estão: priorizar uma alimentação saudável, reduzindo a ingestão de alimentos processados, praticar exercícios físicos regularmente, garantir boas noites de sono, não fumar e consumir álcool de forma moderada.
Ainda, manter a mente ativa com leitura, interações sociais e hobbies são fundamentais para melhorar a qualidade de vida na velhice. O auto cuidado é crucial, não apenas para a prevenção de doenças crônicas, mas também para promover saúde mental e bem-estar. Lúcia Sales ressalta que cuidar da saúde é um compromisso contínuo que deve ser iniciado o quanto antes.