John Chambers alerta: líderes devem se reinventar anualmente na era da IA. Reprodução: Business Insider
Com a rápida evolução da inteligência artificial, a necessidade de renovação nas estratégias empresariais tornou-se mais urgente, segundo John Chambers, ex-CEO da Cisco. Em um recente episódio do podcast ‘Grit’, ele enfatizou a importância de líderes se reinventarem anualmente para não ficarem para trás. Ele observou que a velocidade das mudanças em AI é comparável à da internet, alcançando uma velocidade "cinco vezes superior" e gerando resultados três vezes mais eficazes.
Chambers, que liderou a Cisco de 1995 a 2015, destacou que as reuniões em conselhos da diretores estão cada vez mais pressionadas a acompanhar as transformações trazidas pela tecnologia. Um exemplo disso é o JPMorgan Chase, que anunciou que parte do seu orçamento de 95 bilhões de dólares anuais em contratações será redirecionado, buscando eficiência com a ajuda da AI.
Os dados do LinkedIn revelaram um aumento de 30% nas contratações na área de AI desde o último outono, com previsão de que até 2030, 70% das habilidades exigidas no mercado de trabalho mudarão devido à inteligência artificial.
Para Chambers, atualizar a estratégia de uma empresa a cada dois ou três anos não é mais suficiente. "Na era da AI, não conseguir implementar mudanças significa que você não está aproveitando as oportunidades, e sim, apenas seguindo a próxima tendência", afirmou. Reinvencionismo, para ele, envolve rever completamente aspectos como mercado-alvo, produtos e diferenciação dos serviços. Um fundador com quem trabalha cresceu 100% ao ano enquanto reduziu o número de funcionários em 10%, utilizando AI para transformar processos como desenvolvimento de produtos, vendas e atendimento ao cliente.
Com modelos de linguagem avançados se tornando commoditizados, a verdadeira distinção entre empresas está na forma como integram AI em suas operações. Até mesmo CEOs como Andy Jassy, da Amazon, expressam a urgência de adaptação à nova realidade tecnológica. Jassy alertou para a responsabilidade necessária nesta transição rápida, ressaltando a importância de uma abordagem ética no uso de algoritmos e modelos de AI.
Consultorias de renome, como McKinsey e BCG, estão reforçando este ponto, indicando que cerca de 40% do trabalho realizado atualmente está relacionado a análise e AI, com um aumento significativo na adoção de inteligência artificial generativa.