Ronaldo de Oliveira, um pintor autônomo de Barretos, São Paulo, tornou-se a vítima de um acidente devastador que resultou na perda dos dedos de sua mão esquerda. O incidente ocorreu enquanto ele realizava um serviço na casa de um ex-policial, onde encontrou e acionou uma bomba que parecia uma lata de spray.
No final de abril de 2025, Ronaldo foi chamado para limpar o imóvel desocupado. Ao recolher objetos, ele se deparou com o artefato explosivo entre brinquedos velhos. Sem saber do que se tratava, ele mexeu na lata, e o explosivo se ativou, resultando em uma violenta explosão que o feriu gravemente.
A Polícia Civil de Barretos instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente e se o ex-policial, Ricardo Cardoso de Barros, possuía a autorização para manter artefatos explosivos em sua residência. Durante o depoimento, Barros negou conhecimento sobre a bomba, embora Ronaldo afirme que ele admitiu ter esquecido o artefato e pediu desculpas.
A explosão deixou Ronaldo com severas limitações. Ele depende da esposa, Juliana Fagundes Oliveira, que é deficiente visual e aposentada, para realizar tarefas simples do dia a dia. Sua reabilitação requer pelo menos seis meses e inclui acompanhamento psicológico para lidar com o trauma. "Minha vida parou. Não consigo trabalhar, não consigo cuidar dos meus filhos", desabafou Ronaldo.
O impacto financeiro da situação é notável, já que Ronaldo, antes o principal provedor da família, não consegue mais trabalhar. Juliana expressou a dificuldade em lidar com as despesas, ressaltando que a medicação e o tratamento são caros. A saúde emocional de Ronaldo também se tornou uma preocupação, pois ele frequentemente é lembrado da tragédia.
“Ele sempre foi muito ativo, acordava cedo, trabalhava muito. Ver ele assim, dependente, me corta o coração”, comentou Juliana.
Ronaldo acredita que, se a bomba tivesse sido deixada em um local inadequado, poderia ter ferido ainda mais pessoas. "E se fosse uma criança que pegasse aquilo no lixo? Poderia ter matado alguém", alertou ele, destacando o risco que a situação representa não apenas para ele, mas para toda a comunidade.
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