Pacientes com câncer enfrentam suspensão de quimioterapia no Hospital Mário Gatti em Campinas.; Reprodução: Globo
Pacientes em tratamento de câncer no Hospital Mário Gatti, em Campinas (SP), enfrentam a suspensão das quimioterapias devido à falta de medicamentos. O problema foi identificado na última quinta-feira (15) e confirmado em 20 de outubro.
Segundo a administração da Rede Mário Gatti, encarregada de gerir os hospitais municipais pelo SUS, as empresas fornecedoras não cumpriram os prazos de entrega dos medicamentos essenciais, como Plactaxel, Hinotecano e Doxorrubicina, utilizados em tratamentos variados, incluindo câncer de mama e câncer intestinal.
Em resposta ao desabastecimento, a Rede Mário Gatti comunicou que realizou uma compra emergencial. A nova remessa deve garantir a continuidade dos tratamentos por um período estimado de seis meses, com a previsão de retorno aos procedimentos a partir de segunda-feira, 26 de outubro.
A suspensão dos tratamentos causa grande preocupação entre familiares de pacientes. Um caso emblemático é o de uma filha que revelou a angústia após a interrupção da quimioterapia de sua mãe, uma idosa de 78 anos diagnosticada com câncer de mama. "Após a primeira sessão, a quimioterapia foi interrompida, e ainda não temos informações sobre a continuidade", desabafa a jovem, enfatizando a agressividade do câncer de sua mãe e o medo de que a doença se espalhe.
Com o tratamento oncológico no SUS realizado também em outras instituições, como a PUC e a Unicamp, a família considera a possibilidade de transferência para assegurar a continuidade do cuidado. A filha expressa sua frustração: "É muito revoltante. Não é só minha mãe que está nessa situação. Ao frequentar o Mário Gatti, percebo o número elevado de pessoas que precisam da quimioterapia. Espero que as autoridades intervenham rapidamente".
Embora tenha sido procurada para comentar sobre a transferência dos pacientes para outras unidades do SUS em Campinas, a Rede Mário Gatti não se manifestou sobre o assunto.