Três policiais agredindo homem caído durante abordagem na Zona Sul de São Paulo.; Reprodução: Globo
Um incidente gravíssimo na Zona Sul de São Paulo chamou a atenção na madrugada de domingo, 18 de maio. Imagens chocantes registradas por uma testemunha mostraram um homem sendo brutalmente espancado por três policiais militares, gerando repercussão imediata e consequente afastamento dos agentes envolvidos. O governo paulista declarou que a conduta dos policiais é inaceitável e não reflete as diretrizes da corporação.
A ação violenta ocorreu na Rua São Pedro de Nova Friburgo, no bairro Jardim das Imbuias, e já levou a Secretaria da Segurança Pública a se pronunciar publicamente. "A ação relatada não condiz com as diretrizes institucionais", enfatizou a Secretaria em nota, prometendo tolerância zero frente a excessos e desvios de conduta.
O ouvidor da Polícia, Mauro Caseri, foi enfático ao classificar a agressão como tortura, instando uma investigação rigorosa pela Polícia Civil para determinar se houve abuso de autoridade e lesão corporal. As imagens mostram o homem caído e cercado por três PMs, onde um dos agentes aplica pelo menos 20 golpes com um cassetete, enquanto outro chuta a vítima nas costelas, sem que o terceiro intervenha.
Um segundo testemunho corroborou a brutalidade da abordagem, relatando que o homem foi agredido e imobilizado com uma mangueira de narguilé após um acidente de moto. “Ele chegou a voar por cima do carro e caiu no chão. Quando ele caiu, os policiais...subiram já na opressão”, relatou uma testemunha que não pode ser identificada por questões de segurança.
Em decorrência das imagens que viralizaram nas redes sociais, os PMs foram afastados e levados à Corregedoria da PM, onde devem cumprir atividades administrativas e participar de cursos sobre direitos humanos e procedimentos operacionais. Em resposta à TV Globo, a Polícia Militar alegou que o homem abordado estava com uma moto roubada e tinha antecedentes criminais, justificativa que não é aceita como justificativa para a brutalidade durante a abordagem.
O ouvidor Mauro Caseri destacou a importância de uma avaliação clínica para os policiais envolvidos, sugerindo que comportamentos violentos podem estar relacionados a questões pessoais e profissionais. "Acho que tem que olhar para esse cidadão, que comete esse crime e que hoje é um PM — o que está acontecendo na vida dessa pessoa, na sua vida profissional, que leva essa pessoa a cometer esse crime", ponderou.
A PM já instaurou um Inquérito Policial Militar para investigar o caso, reforçando que quaisquer desvios de conduta serão punidos rigorosamente. No momento, a identidade da vítima permanece desconhecida, enquanto o caso avança para a esfera jurídica, sendo registrado como receptação de veículo e adulteração de sinal identificador.