Moradores da vila em Pinheiros enfrentam incertezas sobre desapropriações para a Linha 20-Rosa do Metrô. Reprodução: Globo
Moradores de uma vila na Zona Oeste de São Paulo expressam preocupação com as desapropriações que ocorrerão para a construção da nova Linha 20-Rosa do Metrô, que ligará a região ao ABC Paulista. Eles relatam que não foram comunicados sobre como será o processo de desocupação, o que gera insegurança e incerteza.
A Companhia de Metrô de São Paulo divulgou que ainda não tem um prazo definido para notificar todos os moradores sobre as desapropriações. Recentemente, em janeiro deste ano, o governo estadual autorizou a contratação do projeto básico da linha, que terá 31 quilômetros e 24 estações. Estão previstas a desapropriação e demolição de aproximadamente 680 imóveis, como casas e comércios, nas zonas Oeste e Sul da cidade.
O consórcio encarregado da construção da linha, formado pelas empresas Maubertec, Nova Engevix, Pólux e Intertechne, terá um período de 20 meses para elaborar e entregar um cronograma detalhado do projeto. Os imóveis afetados se concentram em 43 áreas diferentes, totalizando 366 metros quadrados, uma extensão que equivale a 51 campos de futebol.
Moradores, como Gabriel Meller, relatam que estão sendo contatados por advogados que oferecem serviços para solicitar indenizações, o que gerou mais apreensão na comunidade. "Estamos em choque, ninguém esperava, ninguém foi comunicado"; afirmou Meller, que cresceu naquela vila e agora se sente perdido quanto ao futuro de sua casa.
Além da incerteza sobre indenizações, a Companhia de Metrô também emitiu um alerta sobre fraudes relacionadas a desapropriações. O gerente de planejamento e meio ambiente da companhia, Luiz Antônio Cortez, esclareceu que as notificações para cadastramento das famílias devem ser feitas formalmente, e que o valor de compra será estipulado de acordo com a avaliação de mercado dos imóveis. Neste contexto, a companhia se preocupa com possíveis golpes onde indivíduos falsamente se apresentam como representantes do Metrô.
No processo de desapropriação, o governo permitirá tanto ações amigáveis quanto judiciais para facilitar a construção de estações e do pátio de trens da nova linha. A vila onde reside Meller, que remonta à década de 1940, está prevista para ser completamente desapropriada, e os imóveis demolidos. Como parte da expansão do Metrô, ainda não há informações claras sobre desapropriações em outras cidades da região, como São Bernardo do Campo e Santo André, no Grande ABC.