Julgamento do policial acusado de matar Leandro Lo é suspenso por decisão judicial. Reprodução: Globo
A Justiça de São Paulo suspendeu o julgamento do tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, após uma alegação de que o direito de defesa do réu foi prejudicado. A decisão foi tomada pelo desembargador Marco Antônio Cogan, que atendeu um pedido da defesa e determinou que uma nova sessão do júri será marcada.
A suspensão ocorreu após o juiz responsável pelo caso cancelar, de última hora, os depoimentos de peritos que haviam sido contratados pela defesa. Esses especialistas foram dispensados sem que a defesa fosse consultada, o que motivou a alegação de que o julgamento poderia ter sido desbalanceado. As testemunhas dispensadas eram essenciais para corroborar a versão apresentada pelos advogados de Velozo.
O tenente Velozo é acusado de ter se envolvido na morte do lutador Leandro Lo, efetivando um disparo à queima-roupa na testa da vítima em um evento no Esporte Clube Sírio, ocorrido em agosto de 2022. A promotoria argumenta que a ação foi motivada por vingança, após o atleta imobilizar o policial durante uma discussão. Por outro lado, o PM alega ter agido em legítima defesa, afirmando que Leandro o atacou de forma repentina.
Durante o interrogatório, Velozo afirmou que Leandro o estrangulou, levando-o a desmaiar. Ao recuperar a consciência, ele declarou ter agido em defesa de sua vida, temendo que sua arma fosse tomada pelo lutador. "Não tive a intenção de matar. Atirei para proteger a minha vida", defendeu-se o tenente.
A suspensão do julgamento significa que o caso agora será analisado pelo Ministério Público, que decidirá sobre os passos futuros antes que uma nova data seja estabelecida para o júri. A defesa do policial continua atenta ao desenrolar dos acontecimentos, buscando assegurar que todos os direitos de Velozo sejam respeitados.