Na última quarta-feira (21), vereadores de Mogi das Cruzes se reuniram com representantes do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS) para esclarecer as circunstâncias da morte de Manoel Ferreira Neto, de 33 anos. Ferreira foi encontrado morto na madrugada de 10 de maio na avenida Anchieta, em Brás Cubas, após ter sido socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Durante a reunião, o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Otto Rezende, destacou que a INTS reconheceu erros nos procedimentos adotados pelo Samu no atendimento a Ferreira, indicando que os protocolos não foram seguidos corretamente. "Se dentro da cidade de Mogi das Cruzes houve um erro de protocolo e alguém foi a óbito, a gente precisa acompanhar", afirmou Rezende, que enfatizou o papel da Câmara Municipal em representar a população.
O vereador também informou que o laudo médico oficial da morte de Ferreira ainda não foi disponibilizado, o que gera apreensão sobre a causa do falecimento. "Se houve um equívoco, não foi o procedimento que deveria ser realizado", acrescentou Rezende. A sindicância sobre o atendimento prestado pelo Samu está em andamento.
O aparente descaso do Samu após o acidente de Ferreira gerou preocupações na família. Segundo José Roberto Rodrigues, advogado da família, imagens indicam possíveis crimes por parte do serviço de socorro. "O que importa é que o Samu prestou um atendimento péssimo", comentou Rodrigues, destacando a importância das imagens que a família conseguiu reunir como prova do descaso no atendimento.
Nicoli Santos Paião, esposa de Ferreira, expressou seu desespero e desejo de justiça: "Eu quero ver o rosto de cada um deles, a foto de cada um deles, o nome completo de cada um deles, informando que eles foram presos. É só isso que eu quero. Justiça", desabafou.
O caso que resultou nessa demanda por justiça ocorreu na madrugada do dia 10 de maio de 2025, quando Ferreira sofreu um acidente de moto ao colidir com a traseira de um caminhão. Imagens das câmeras de segurança mostram momentaneamente Ferreira saindo do condomínio onde morava e, após o acidente, ele permaneceu desacordado no chão até ser socorrido, quando posteriormente seu corpo foi encontrado a cerca de dois quilômetros do local da colisão.
Esta situação levanta questões sérias sobre os procedimentos de urgência e a responsabilidade dos órgãos de atendimento médico, que devem ser cuidadosamente investigadas para melhorar o serviço e garantir a segurança da população.