Sebastião e Lélia em estúdio, símbolo de uma vida dedicada à fotografia e à preservação ambiental. Reprodução: Vogue
Morreu na última sexta-feira, 23 de maio, aos 81 anos, o lendário fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, uma figura admirada globalmente por seu compromisso com a dignidade humana e a preservação ambiental. A informação foi divulgada pelo Instituto Terra, organização que ele fundou junto com sua esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado.
Em nota, o Instituto destacou: “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Com Lélia, ele semeou esperança em terras devastadas e mostrou que a restauração ambiental é um ato de amor à humanidade. Sua lente capturou o mundo e suas contradições; sua vida exemplificou o poder da ação transformadora.” O tributo incluiu uma afirmação tocante: “Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre.”
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Salgado formou-se em Economia, mas foi na fotografia que encontrou sua verdadeira vocação. Sua carreira fotográfica começou em 1973, quando se mudou para a França com Lélia, decidindo trocar a economia pela arte de capturar imagens. Salgado trabalhou em agências renomadas, como Sygma, Gamma e Magnum Photos, antes de fundar a Amazonas Images com sua esposa.
Durante suas cinco décadas de carreira, Sebastião Salgado viajou para mais de 100 países, documentando crises humanitárias, trabalhadores braçais e paisagens naturais intocadas. Destacam-se entre seus projetos mais impactantes obras como "Trabalhadores" (1993), "Êxodos" (2000), "Terra" (1997), "Gênesis" (2013) e "Gold" (2019). Ele foi homenageado com diversos prêmios, incluindo o Príncipe de Astúrias e o World Press Photo.
Em uma entrevista à Vogue Brasil em 2022, Salgado explicou sua visão artística: "A fotografia é a busca do equilíbrio entre as linhas e as luzes. Quando você fotografa o ser humano, essa harmonia se dá através da dignidade das pessoas." Essa ênfase na dignidade moldou não apenas sua prática fotográfica, mas também seu trabalho ambiental. Em 1998, fundou o Instituto Terra, que se dedica à recuperação da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce. A organização já plantou mais de 2,5 milhões de árvores, tornando-se uma referência mundial em restauração ecológica.
No entanto, a saúde de Salgado apresentou desafios nos últimos anos. Contraiu malária durante a realização do projeto Gênesis na década de 1990, o que prejudicou permanentemente sua produção de glóbulos brancos e vermelhos. Em situações recentes, revelou que seu corpo começou a rejeitar os tratamentos, resultando em complicações que culminaram em uma hemorragia no baço. Além disso, uma fratura na coluna cervical, consequência de um acidente na Guerra de Independência de Moçambique em 1974, também lhe trouxe problemas ao longo da vida.
Sebastião Salgado deixa sua esposa, Lélia, que sempre esteve ao seu lado nas decisões criativas e de vida, além de seus filhos Juliano e Rodrigo, e netos Flávio e Nara. Seu legado é inegável, atingindo não apenas livros, exposições e museus, mas também a floresta que ajudou a regenerar e o olhar que inspirou em todos nós: um olhar mais humano, sensível e comprometido com a justiça.
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