Eduardo Bolsonaro discute sanções em sessão do Congresso americano. Reprodução: Globo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu processar Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, nos Estados Unidos por suposta conspiração contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa ação tem sido amplamente criticada, sendo considerada um erro político que deveria ser tratado pelo governo brasileiro, e não pelo Judiciário.
Especialistas apontam que a ação é resultado da necessidade corporativa de demonstrar apoio ao ministro Alexandre de Moraes, que enfrenta a ameaça de sanções do governo americano. Embora seja comum que o Judiciário receba apoio, neste caso, a atitude é vista como um desvio dos interesses nacionais, já que um posicionamento formal do Itamaraty seria mais apropriado.
Eduardo Bolsonaro, atualmente morando nos EUA, é visto como uma figura com peso político exagerado em suas ações internacionais. Seus esforços, que são considerados circunstanciais e não sustentados por uma base conceitual, são vistos como uma influência negativa nas relações Brasil-EUA. O reconhecimento de seu papel pelo Judiciário é contestado por especialistas, que acreditam que deve haver uma resposta governamental mais adequada para situações de ingerência estrangeira.
A atual administração americana e sua abordagem em relação ao Brasil são criticadas. A possibilidade de sanções contra Moraes, conforme discutido publicamente no Congresso americano, suscita indignação. Especialistas alertam que o verdadeiro alvo das sanções é o sistema judiciário brasileiro, não apenas o ministro. A falta de resposta do governo brasileiro é vista como um erro diplomático.
O governo dos EUA é acusado de tratar o Brasil como uma nação desprovida de respeito institucional, desconsiderando sua importância na geopolítica e como parceiro comercial. A administração de Donald Trump parece ter distorcido a noção de democracia, levando a uma situação em que a ideologia sobrepõe-se à institucionalidade nas relações internacionais.
Ainda que Eduardo Bolsonaro se considere um ator político nas negociações, muitos acreditam que sua presença nas discussões internacionais apenas mina a capacidade do Brasil de responder a pressões externas, especialmente quando essas provêm de países que mantêm relações complicadas com a democracia brasileira.