O termo ‘isentão’ tem ganhado uma conotação negativa nos últimos anos, embora sua origem signifique alguém imparcial e sensato. No contexto atual de polarização, o uso deste adjetivo muitas vezes serve para desqualificar aqueles que buscam um equilíbrio e uma abordagem justa.
Historicamente, termos depreciativos como ‘gay’ foram ressignificados e agora são usados com orgulho por suas comunidades. O mesmo processo é observado com a palavra ‘isentão’, que deveria valorizar a isenção como uma virtude cidadã, mas em vez disso, se tornou uma forma de ofensa.
A resiliência do termo ‘gay’ na luta por reconhecimento contrasta com a dificuldade que palavras como ‘crioulo’ enfrentam para se desvincular de ofensas raciais. Um exemplo disto é a canção “Crioula”, de Jorge Benjor, que busca reverter a conotação negativa da palavra. No entanto, a resistência em redefinir termos como ‘crioulo’ ainda persiste, mostrando as complexidades na luta pela aceitação.
A demonização de termos que deveriam ser positivos, como ‘liberal’ e ‘progressista’, ocorre frequentemente. Não é raro ver pessoas se sentindo hostilizadas por adjetivos originalmente elogiosos. O termo ‘isentão’ deve ser visto sob uma nova luz, como um símbolo de liberdade. Significa ser desimpedido, justo e neutro, uma característica desejada em uma sociedade equilibrada.
Na prática, uma pessoa identificada como isentão rejeita o extremismo, tanto em discursos acalorados de polarização quanto em busca de soluções construtivas para os problemas do país. Esta postura busca um investimento em negociações, priorizando o bem-estar da nação, além de uma gestão que realmente se preocupe com a pobreza e a infraestrutura.
O isentão se mostra contrário a visões maniqueístas, preferindo soluções como a convivência pacífica entre diferentes lados de um conflito. Para ele, entender a complexidade das situações é crucial. Essa perspectiva é especialmente importante em questões delicadas de política internacional, como o conflito entre Hamas e Netanyahu.
No final, a crítica à designação de ‘isentão’ como um insulto revela a necessidade de uma narrativa mais inclusiva e respeitosa. A luta por equilíbrio e conciliação está longe de ser um insulto; é uma busca válida por justiça e liberdade. Portanto, em vez de repelir o termo, devemos reconhecê-lo como uma postura digna, que promove a paz e a estabilidade social.