Tecnologia da UFRJ transforma luminol em aliado na limpeza hospitalar e combate a infecções. Reprodução: Diario do Rio
A Belcher Pharmaceuticals, uma empresa americana baseada na Flórida, está em negociações com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para licenciar o luminol brasileiro, uma substância já reconhecida no combate à contaminação hospitalar e na elucidação de crimes. O objetivo desta parceria é adaptar a tecnologia forense do luminol para o uso em hospitais, permitindo a detecção de resíduos hemáticos invisíveis a olho nu.
O luminol da UFRJ, desenvolvido pelo Instituto de Química da universidade, se destaca pela sua superioridade em relação a fórmulas internacionais, apresentando durabilidade e eficácia maiores. "O produto permanece ativo por até seis meses após aberto, em contraste com alternativas que duram apenas duas horas", afirma Emanuel Katori, presidente da Belcher no Brasil. Essa inovação pode auxiliar na verificação de limpeza em áreas críticas, como UTIs e salas de cirurgia, ajudando a combater infecções hospitalares, que causam cerca de 100 mil mortes anualmente no Brasil.
As negociações incluem um investimento de R$ 4,5 milhões e um contrato de licenciamento de dez anos, que prevê a divisão de royalties com a universidade sobre vendas futuras. Caroline Alves, presidente da FAPERJ, destaca que essa parceria demonstrará o impacto real do investimento em ciência, evidenciando como o luminol pode salvar vidas ao reduzir contaminações em hospitais e, ao mesmo tempo, destacar a evolução da tecnologia forense.
Além de suas aplicações em saúde, o luminol da UFRJ também passou por melhorias para aumentar sua eficácia em investigações criminais. Hoje é possível estimar o tempo de morte com base nas reações químicas do sangue encontrado. "Criamos uma tecnologia capaz de estimar se a vítima morreu com base na quantidade de sangue encontrada", explica Cláudio Lopes, ressaltando a importância da colaboração entre a universidade e a polícia para o avanço técnico.
A parceria entre a UFRJ e a polícia civil é vista como essencial para o progresso científico. O perito Diego Risse afirma: "Embora estejamos numa instituição policial, nosso trabalho é essencialmente científico. O apoio da UFRJ e da FAPERJ tem elevado nosso nível técnico." Se o licenciamento internacional do luminol da UFRJ se confirmar, será um marco significativo para a ciência brasileira, destacando a união entre segurança pública, saúde e inovação tecnológica com um impacto global.