Membros do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas se reúnem para o I Encontro de Saberes e Resistência Periférica. Reprodução: redação
O Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, localizado na Cidade Sorriso, em Maceió, encerra o mês de maio com um ATO de resistência. Coordenado por Erisvânia Gatto, o coletivo atua em uma área de vulnerabilidade social, onde a população negra enfrenta desafios diários relacionados à cidadania e aos direitos básicos.
Fundado em 2021, o coletivo busca agregar e debater ideias para fortalecer a resistência comunitária, contando com o apoio do Instituto Raízes de Áfricas e com a participação da Capoeira Filhos de Angola, sob a orientação do mestre Feijão. A capoeira, patrimônio nacional e herança da resistência negra, possui uma história marcada por desafios, tendo sido considerada crime em 1890 pelo Código Penal brasileiro.
No dia 31 de maio, a partir das 9 horas, acontece o I Encontro de Saberes e Resistência Periférica. O evento tem o objetivo de revisitar as histórias locais e promover um aprendizado sobre como o racismo contemporâneo se entrelaça com a escravatura. Entre os temas abordados, destaca-se a palestra "Vamos conversar sobre Assédio Sexual?", que contará com a presença da delegada Bárbara Arraes, coordenadora da Área da Infância e Juventude da Polícia Civil de Alagoas.
O fenômeno do assédio sexual, que afeta predominantemente crianças e adolescentes negras, será discutido por Erisvânia Gatto e Arísia Barros, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas. Esta conversa é fundamental para trazer à tona a triste realidade que muitos corpos negros enfrentam no Brasil.
Ao final do I Encontro, os participantes poderão vivenciar uma Roda de Capoeira com o mestre Feijão, além de saborear uma deliciosa feijoada. O evento conta com diversos apoios, incluindo o Instituto Raízes de Áfricas e a Prefeitura de Maceió, que por meio de suas secretarias, promovem iniciativas de desenvolvimento social e segurança alimentar.
O Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas e a Capoeira Filhos de Angola encerram o MAIO-NEGRO com um forte ato de resistência e conscientização. O evento será realizado na sede do Instituto Amigos da Periferia, localizado no Residencial Jorge Quintella, Benedito Bentes 2. A comunidade é convidada a participar e fortalecer essa importância luta pela igualdade e respeito.