Heo Gayoung, premiada no Cannes, destaca-se com seu curta-metragem sobre a complexidade da perda. Reprodução: Omelete
O Festival de Cannes 2025 ressaltou não apenas a produção brasileira, mas também a representação feminina no cinema, com especial ênfase no prêmio Lights On Women’s Worth, promovido pela L’Oréal Paris. Neste ano, a renomada atriz Viola Davis, atuando como jurada, foi uma das principais defensoras da valorização do papel das mulheres no audiovisual.
A grande ganhadora foi a sul-coreana Heo Gayoung, de apenas 29 anos, estudante da Academia Coreana de Artes Cinematográficas (KAFA). Seu curta-metragem, First Summer, chamou a atenção ao contar a história de Yeongsun, uma mulher que decide participar do memorial de 49 dias de seu namorado falecido em vez de ir ao casamento da neta.
“A profundidade com que se entende a complexidade da perda humana é um feito grandioso”, declarou Viola Davis ao comentar sobre a obra. “Heo Gayoung captura a necessidade desesperada que temos de reivindicar aquilo que nos faz sentir vivos, a qualquer custo. É uma história corajosa, ousada e que retrata o que significa ser mulher”, completou a atriz.
O Lights On Women Awards foi criado para valorizar tanto diretoras iniciantes quanto as já estabelecidas, enfatizando a importância de suas histórias e a perspectiva feminina no cinema global. Com esse prêmio, Heo Gayoung não só recebeu apoio financeiro, mas também terá acesso a uma mentoria especial da L’Oréal Paris, que visa impulsionar sua carreira e facilitar novas produções.
A L’Oréal Paris, parceira oficial do Festival de Cannes por mais de 20 anos, lançou o prêmio em 2021 como parte de seu compromisso de promover a liderança feminina no cinema e se alinha à sua mensagem global: “Porque você vale muito”.
Desde sua criação, o Lights On Women’s Worth já reconheceu cinco cineastas excepcionais de diversas regiões do mundo, todas trazendo histórias poderosas à tona. Entre os curtas já premiados estão: Frida (2021), de Aleksandra Odić, que narra a relação entre uma enfermeira e sua paciente; Spring Roll Dream (2022), de Mai Vu, que toca nas tradições familiares; La Voix des Autres (2023), de Fatima Kaci, que aborda identidade e empatia através da experiência de uma intérprete; e Across the Waters (2024), de Viv Li, que retrata a descoberta da música por uma jovem em um ambiente isolado.
Os curtas vencedores somam mais de 220 seleções em festivais internacionais e conquistaram mais de 50 prêmios. Além de Viola Davis, atrizes renomadas como Elle Fanning e Kate Winslet também atuaram anteriormente como juradas do prêmio, reafirmando a importância de novas vozes femininas na indústria cinematográfica.