Aliados de Jair Bolsonaro estão cada vez mais apreensivos com a possibilidade de que ele seja impedido de acessar as redes sociais, mesmo que submetido a prisão domiciliar. Essa preocupação surge em um momento em que a convicção sobre sua condenação no processo da chamada trama golpista se torna uma realidade entre seus parceiros mais próximos.
Um interlocutor próximo ao ex-presidente afirmou: “Moraes criou o exílio virtual. Vão tentar silenciar o Bolsonaro nas redes, matá-lo civilmente.” Essa restrição já foi aplicada a outros envolvidos na trama, como a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que, após ato de vandalismo, recebeu uma pena de 14 anos de prisão por diversos crimes, entre eles, tentativa de golpe de Estado.
A inquietação entre os bolsonaristas também se intensifica em razão das crescentes tensões com o Supremo Tribunal Federal. O temor é que medidas restritivas possam surgir antes mesmo de uma condenação, especialmente em decorrência de ações que ligam a administração Trump a um suposto ataque à liberdade de expressão. Eduardo Bolsonaro, em particular, pode ser alvo de investigações que também podem repercutir sobre o pai.
O ex-presidente, que irá depor em um inquérito na próxima quinta-feira, confirmou que arca com as despesas do filho nos Estados Unidos. Essa declaração gerou receios adicionais na sua equipe, que teme que qualquer condenação de Eduardo o torne cúmplice do filho. Uma das possibilidades temidas é que Moraes, após o depoimento, decida implementar novas medidas que restrinjam o uso das redes sociais por Bolsonaro.
Durante as duas últimas campanhas presidenciais, as redes sociais foram fundamentais para Bolsonaro, que acumula 13,9 milhões de seguidores no X e 26,6 milhões no Instagram, números que superam os de seu principal adversário, Lula. Para o ex-presidente, a perda desses canais de comunicação seria um golpe ainda mais profundo do que a prisão, afetando sua capacidade de mobilização e influência.
