São José dos Campos e Taubaté, duas das cidades mais populosas da região do Vale do Paraíba, têm enfrentado uma queda acentuada no número de nascimentos, conforme dados levantados pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP). Nos últimos quatro anos, a cidade de São José dos Campos registrou uma diminuição de 9%, enquanto Taubaté apresentou uma redução ainda maior, de 12%.
Em números absolutos, isso se traduziu em 8.995 nascimentos em 2021 para 8.127 em 2024 em São José dos Campos e de 3.728 para 3.274 em Taubaté no mesmo período. Relatórios indicam que até maio de 2025, São José registrou 3.188 novos nascimentos, enquanto Taubaté anotou 1.358.
A queda no número de nascimentos não se limita a esses municípios. É parte de uma tendência nacional que reflete mudanças no comportamento das famílias brasileiras. De acordo com Marcello Verderamo, diretor regional da Arpen no Vale do Paraíba, essa diminuição está ligada a fatores como a crescente importância da carreira profissional entre as mulheres. "Hoje, muitas mulheres optam por priorizar suas profissões antes de embarcar na maternidade", explicou Verderamo.
Outro aspecto significativo é o acesso ampliado a métodos contraceptivos, que tem contribuído para uma redução na taxa de natalidade. "Com mais informações disponíveis, as pessoas têm escolhido ter menos filhos, o que está ligado aos altos custos de criar uma família em ambientes urbanos, que são notoriamente mais caros do que as áreas rurais", acrescentou.
A análise também revela que o envelhecimento da população está influenciando essa dinâmica. Estudos do IBGE mostram que, com o passar dos anos, a fatia de idosos na população brasileira deixa de ser a menor e se torna a maior. Essa transição demográfica está prevista para impactar ainda mais o número de nascimentos, de acordo com os especialistas. "É uma questão de tempo e essa mudança social já era visível antes mesmo da pandemia", finalizou Verderamo.
\nAs causas da diminuição nos nascimentos vão além de fatores econômicos e sociais, indicando uma profunda mudança nos valores e nas prioridades das novas gerações.
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