UFRJ supera crises e sobe no ranking global de universidades, alcançando o 2º lugar no Brasil. Reprodução: Globo
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) alcançou o 331º lugar no ranking global de universidades, marcando um avanço expressivo mesmo em meio a uma severa crise de financiamento. O reitor Roberto Medronho expressou sua satisfação com o resultado, ressaltando o comprometimento da comunidade acadêmica em superar desafios financeiros significativos.
No cenário nacional, a UFRJ agora ocupa a segunda posição entre as universidades brasileiras, melhorando em quesitos importantes como a qualidade da educação e a qualificação do corpo docente, superando a Universidade de São Paulo (USP), a tradicional campeã do país. Apesar das dificuldades, a universidade conseguiu conquistar um lugar destacado em vários indicadores, com ex-alunos premiados e um corpo docente reconhecido por suas contribuições ao campo acadêmico.
Conforme apontado no levantamento do Center for World University Rankings (CWUR), a UFRJ saiu do 401º para o 331º lugar, destacando-se especialmente na área de educação. No entanto, ela se depara com desafios em pesquisa e infraestrutura, agravados por dívidas que chegam a R$ 61 milhões. O reitor Medronho mencionou as consequências da falta de investimentos, questionando: "Como seria se a gente tivesse o orçamento adequado?".
Esta crise de financiamento é atribuída a um orçamento federal engessado, que não permite a liberdade necessária para investimentos em pesquisa e infraestrutura, o que acaba prejudicando as atividades acadêmicas. Medronho comparou a situação da UFRJ com a da USP, que se beneficia de um suporte financeiro mais robusto proveniente de impostos locais, como o ICMS. "Grande parte do nosso orçamento é destinado ao pagamento de pessoal e aposentados, restando valores insuficientes para as demandas acadêmicas".
Apesar disso, a UFRJ mantém sua reputação de excelência, sendo uma das universidades mais inovadoras do Brasil. O lema da instituição, "aqui se ensina porque se pesquisa", reflete seu compromisso em integrar ensino, pesquisa e extensão, levando seus alunos a estarem à frente nas inovações do conhecimento.
Medronho também mencionou a importância dos investimentos privados, onde diversas empresas têm colaborado em projetos de pesquisa, especialmente nas áreas de engenharia, saúde e tecnologia. Essa interação não apenas moderniza os laboratórios mas também potencializa as capacidades da UFRJ em resolver desafios reais, reforçando seu impacto social e acadêmico em um momento em que a educação e a pesquisa são mais essenciais do que nunca.
Por fim, o reitor observa que enquanto existe um reconhecimento crescente da UFRJ no cenário internacional, sem um suporte adequado, a universidade enfrenta um futuro incerto, destacado pela necessidade urgente de ajustes na política de financiamento da educação no Brasil.