Pedro Jordão, um estudante de Direito, foi agredido brutalmente após uma noite que começou de maneira comum em uma boate na Lagoa, Zona Sul do Rio. Em um depoimento ao GLOBO, ele revivenciou o horror do ataque e expressou sua apreensão com a possibilidade de não sobreviver. A agressão, que surgiu após uma discussão banal, deixou um rastro de indignação e gerou uma busca por justiça à medida que os agressores foram identificados.
A quinta-feira, que inicialmente parecia como qualquer outro dia, se transformou em um pesadelo. "Fui surpreendido com a barbárie e o terror", recordou Jordão. Após fazer uma prova na Universidade Estadual do Rio (UERJ) e decidir sair para um evento musical, ele nunca imaginou que sofreria tamanha violência. O episódio teve início quando, ao pedir passagem educadamente para atravessar um espaço bloqueado, foi recebido com sarcasmo e hostilidade. Um dos agressores, Pedro Vasconcelos, fez comentários provocativos, o que culminou em uma escalada da situação que rapidamente se torna violenta.
A tensão aumentou quando Jordão foi cercado pelo mesmo grupo de homens que o haviam hostilizado no bar. Foi quando a namorada de Vasconcelos, Luma Melo, incitou seus amigos a agredirem Jordão. Em um ato covarde, ele foi cercado e brutalmente espancado, chegando a convulsionar durante as agressões. "Enquanto alguns batiam, outros apenas observavam, como se quisessem agradar a ele", descreveu o estudante, que se viu impotente e aterrorizado, pensando: "Eu não posso morrer".
Após o ataque, Jordão acordou no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. "Estava muito atordoado e sozinho", lembrou. O trauma físico e emocional foi devastador. Ele enfrentou uma recuperação dolorosa e, ao retornar para casa, precisou de mais atendimento médico, o que exigiu um esforço financeiro da família para quitar débitos com o plano de saúde. Em um relato angustiante, Jordão compartilhou como sua mãe ficou arrasada: "Ela chorava muito, pensando que eu ia morrer a qualquer momento".
Com o vídeo da agressão circulando nas redes sociais, a situação se tornou ainda mais complexa. A identificação dos agressores pela polícia amenizou um pouco sua angustia e trouxe um sentimento de justiça ao estudante. Ele destacou que muitos dos agressores já tinham um histórico criminal, o que aumentou sua determinação em lutar por justiça: "Essa luta é importante para que a impunidade não prevaleça, e as pessoas entendam que é preciso lutar pelo que é certo".
"Espero um pedido de perdão, mas não quero vingança. Apenas justiça e que sejam penalizados", concluiu Pedro Jordão, que, apesar do trauma, se mostra firme em sua busca por justiça e em sua aversão à repetição de episódios de brutalidade como o que ele viveu.