Em uma declaração impactante, o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado, revelou que, se for eleito presidente em 2026, sua primeira ação será conceder uma "anistia ampla, geral e irrestrita" a todos os réus envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e a aqueles acusados de tentar um golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao programa ‘Roda Viva’, na TV Cultura, Caiado enfatizou que essa medida visa iniciar um novo capítulo na política brasileira, afastando-se de debates sobre penalizações. Ele argumentou que é hora de deixar para trás as discussões em torno da punição, permitindo que o país avance.
"Meu primeiro ato, se for eleito presidente, será exatamente assinar a anistia a todos. A partir de agora, vamos discutir um novo momento na vida política nacional. Chega desse assunto. Acabou esse assunto", afirmou Caiado. Sua proposta abrange tanto os que participaram das invasões às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023 quanto os responsáveis pela tentativa de golpe.
Caiado, que é integrante do União Brasil, não confirmou diretamente sua posição sobre a existência da tentativa de golpe após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, mas deixou claro que sua proposta de perdão se aplicaria igualmente aos mentores dessa ação. Ele também mencionou que a discussão sobre anistia já dura tempo demais, e o Brasil não pode continuar "parado" aguardando por decisões judiciais.
Em outro assunto delicado, o governador se absteve de opinar diretamente sobre o período da ditadura militar no Brasil, mencionando que, diante das circunstâncias dos anos 60, o caráter da análise do evento deve ser contextualizado historicamente. Ele descreveu o momento como uma "reação" a um caos político ocasionado por lideranças da época.
Caiado declarou-se o "mais longevo opositor ao PT no Brasil" e criticou a gestão do governo Lula, apesar de seu partido ocupar cargos na Esplanada. Segundo ele, essa situação não é exclusiva de sua legenda e adiantou que a convenção pré-eleitoral de 2026 definirá o futuro do União Brasil. Ele descreve seu entendimento de que o governo atual do PT se encontra em um processo de "desintegração".
Em relação a sua candidatura, o governador disse que não enxerga problema em não ser o único representante da direita nas próximas eleições e que as circunstâncias podem mudar durante o segundo turno, dependendo de "convergências de princípios" entre os candidatos. Ele enfatizou não ter sido apadrinhado nem ter ocupado cargos por nomeação, sempre se apresentando como uma alternativa independente.
Apesar de ser um aliadado de Bolsonaro, Caiado expressou críticas ao governo do ex-presidente, comparando-o a Juscelino Kubitschek e afirmando que a gestão posterior careceu de qualidade. Na mesma entrevista, ele defendeu mandatos fixos para os ministros do Supremo Tribunal Federal, considerando que o atual sistema vitalício proporciona uma miopia na atuação política, e defendeu que as emendas parlamentares deveriam servir para o cumprimento do plano de governo e não para outros propósitos.