A senadora Elizabeth Warren expressou preocupações significativas sobre o impacto econômico enfrentado por milhares de devedores de empréstimos estudantis que se encontram em situação de inadimplência. Com a retomada das cobranças após um hiato de cinco anos, Warren alertou que essa situação pode complicar ainda mais a vida financeira dos borrows, dificultando a compra de imóveis e a procura por novos empregos.
No final de semana, um comunicado da senadora foi publicado em seu blog, onde detalhou os possíveis efeitos danosos que a reinstituição das cobranças pode trazer. Desde o último outono, milhões de devedores começaram a ver uma queda em seus pontuações de crédito, resultado do retorno do relatório de inadimplência. Segundo dados do Federal Reserve de Nova York, 8,04% dos saldos de empréstimos se tornaram seriamente inadimplentes no primeiro trimestre de 2025, colocando esses devedores em risco elevado.
Em sua análise, Warren destacou o efeito devastador que uma pontuação de crédito danificada pode ter na vida financeira. "Um crédito prejudicado é como uma carta escarlate financeira que pode acompanhar o consumidor por anos", afirmou a senadora. Ela enfatizou que essa situação pode resultar em taxas de juros mais elevadas em empréstimos de carro, e em muitos casos, pode levar à rejeição em solicitações de hipotecas, forçando as pessoas a entrar em mercados de aluguel caros, onde não conseguem acumular patrimônio.
Além disso, cerca de 2,2 milhões de devedores novos inadimplentes viram suas pontuações de crédito caírem mais de 100 pontos desde que a cobrança foi reiniciada em outubro de 2024. Com a situação se deteriorando, o receio de muitas pessoas é exacerbado por um novo projeto de lei de gastos que, segundo Warren, pode empurrar mais devedores para um "precário abismo financeiro".
A proposta já aprovada pela Câmara pretende condensar todos os planos existentes de pagamentos baseados na renda em dois novos planos, que, segundo críticos, teriam termos menos favoráveis, resultando em pagamentos mensais mais altos e uma duração mais longa da dívida. Esta situação se agrava pela acumulação de solicitações para esses planos que ainda estão pendentes, com dados do Departamento de Educação indicando que quase 2 milhões de devedores aguardam análise.
A fim de restaurar a responsabilidade no sistema de empréstimos estudantis, a secretária de Educação, Linda McMahon, já se manifestou a favor da retomada das cobranças. "Pegar dinheiro emprestado e não pagar não é uma infração sem vítimas", escreveu McMahon em um artigo de opinião.
Recentemente, o porta-voz do Departamento de Educação confirmou que a cobrança foi reiniciada, mas o departamento decidiu pausar a retenção de salários de beneficiários da previdência social. Apesar disso, a suspensão será temporária, com previsões de que as cobranças voltem a ser realizadas durante o verão. Especialistas sugerem que o retorno imediato das cobranças pode pegar muitos devedores de surpresa, pois muitos podem não estar cientes de sua inadimplência e das opções disponíveis para sair dessa situação.
"Não tenho problema em pagar de volta o que eu peguei emprestado, mas tenho um problema com a falta de transparência e as falsas promessas que sinto que o governo federal me fez ao longo dos anos", disse Holly Bechard, uma devedora de 42 anos. A situação é crítica para muitos e a necessidade de discussão sobre a gestão de dívidas estudantis nunca foi tão urgente.
Se você está inadimplente, ou preocupado com a possibilidade de inadimplência em seus empréstimos estudantis, compartilhe sua história com este repórter pelo email asheffey@businessinsider.com.