A polícia investiga um caso de agressão envolvendo uma professora e um aluno autista de apenas quatro anos, ocorrido em uma escola municipal na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. A denúncia partiu da mãe da criança, que relatou que o incidente aconteceu na última sexta-feira, quando a educadora admitiu ter perdido o controle e agredido o aluno com dois tapas no ombro.
Segundo informações da ata de registro da escola, que foi assinada pela direção e pelos pais da criança, a professora confessou que, em meio a um momento de tensão, decidiu agir de forma inadequada após o aluno supostamente tentar arremessar seu celular no chão e a teria agredido. A educadora reconheceu seu erro, e a direção da escola informou que o ocorrido seria repassado à Diretoria Regional de Educação (GERED) para possíveis orientações.
A mãe do aluno, que preferiu não se identificar, destacou que a professora usou o termo "birra" ao descrever a crise que o menino estava enfrentando, e pediu que os pais o buscassem na escola. A mãe enfatizou que existe uma clara diferença entre uma crise e uma birra, e se sentiu compelida a explicar à educadora essa distinção, uma vez que o filho estava realmente passando por um momento de crise.
Esse não é um caso isolado. A mãe afirmou que seu filho já havia reclamado de agressões anteriores durante as aulas. Em uma ocasião, ele disse que a professora lhe deu tapas no rosto. Os pais, preocupados com essas denúncias, já haviam ido à escola em março para relatar a situação. O menino, à época, afirmou que o tapa foi tão forte que chegou a "estalar". Essa constatação deixou a mãe alarmada: "Como uma criança de quatro anos sabe que um tapa na cara estala? Ele não está mentindo", ressaltou.
O clima na escola tem sido tenso, segundo a mãe. Ela relatou que cada dia que passa, novos bilhetes são enviados para casa, criando a sensação de que seu filho está sendo perseguido pela educadora. A família se sente sem alternativas, pois não tem condições financeiras de transferi-lo para outra instituição de ensino. "Eu sinto que, depois do tapa que ele disse que levou, houve uma perseguição em cima dele", desabafou a mãe.
O caso segue sob investigação, com a mãe já tendo registrado um boletim de ocorrência e formalizado a denúncia no Juizado Especial de Belo Horizonte. As autoridades estão agora apurando as circunstâncias da agressão na instituição, à medida que a comunidade escolar e a Secretaria Municipal de Educação aguardam um desfecho para essa situação delicada que envolve o atendimento de crianças com autismo.